segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Guerra

"Que é isso?"- um jovem garoto perguntou
"O Amor"- uma voz estúpida respondeu
"Posso experimentar?"
"Sim, obviamente"
Morreu.

(Jonnas P. Silva)

Supremacia de Um Louco

Ah, a Humanidade, grande, ávida, cega!
Guiada por um idealismo fútel
Para justificar uma existência inútil
Tudo realmente real nega.

Não, não é cegueira que afeta ela
Quando se é cego, nada se vê
Porém, tudo me leva crer
Que esta vê, mas só vê ela!

Bando de animais fragelados
Apoiam-se num deus inexistente
Que possa, um dia, salvar essa gente
Composta somente por vermes rejeitados

Por quem? Por sua própria gênese, obviamente.
Grande Natureza, vingativa e inconstante
Que com razão vai eliminar essa raça errante
Que se acha mais importante, só por ter mente

Só queria que esta podre raça de entulho
Abrisse os olhos e as idéias pobres regurgitasse
Raça essa da qual infelizmente faço parte
Raça da qual não tenho menor orgulho

(Jonnas P. Silva)
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sábado, 8 de dezembro de 2007

Dádiva

Há dias em que tudo é triste
Nada se vê e tudo se perde
A infelicidade levanta-se riste
À tristeza nosso pobre coração cede

Chega ele e então insiste
Em nos tirar aquele peso que fede
Nos entrega o que nele de mais existe
A alegria que nada no mundo mede

"Que dias há que na alma me tem posto"
Sentimento de alegria não disfarçada
Forma de amor ainda inacabada

Sempre foge e nos vem ao rosto
Essa que nos levanta com força ilimitada
Ah... A Amizade, tão tudo, tão nada!

(Jonnas P. Silva)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Ser Humano?

Andei pensando, pensando? Ou andando? Será que se pode andar e pensar ao mesmo tempo? O pensamento nos move, já dizia descartes: "penso, logo existo", pois se duvida-se que estou pensando isso é uma forma de pensar, logo a dúvida faz parte do pensamento, assim sendo estou vivo. Só isso pode dar-me certeza da minha mísera existência. E o destino faz parte do pensar, ou será que existe um oráculo comandando tudo no nosso caminho assim como no filme "Matrix", Morfeus, espirito do sono, guiava Neo? Escreveu Carlos Drummond de Andrade: "a vida apenas sem mistificação" porque não vivemos sem ambições? Por que não viver o cotidiano, a rotina, o praxis de todo o dia? A tudo isso existe uma resposta. Simplesmente porque somos seres humanos.

(Luiz Felipe de Castro)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Misto Cruél

Sofrer - fim de um estúpido devaneio
E início, e meio, e cada dolor momento
Dos "sofreres", sem dúvida, o mais lento
Pobre coração partido ao meio

Pífio devaneio, mata sem receio
Amor, o diamantino sentimento
Desvencilhar-se deste apto algoz tento,
Mas ninguém nunca o fará, creio

Que une dois apaixonados amantes?
Que cultuam seu Amor com tanto fervor,
Mesmo em face de angústia delirante?

O fato é que tem mais suave sabor
E é como entorpecente viciante
Esse misto de Sofrer com Amor!

(Jonnas P. Silva)

Não faz muito sentido

Não faz muito sentido
O jeito que você me olha
Sem olhar
E quebra meu coração
Sem nem pensar

Não faz muito sentido
O que você tem feito
E mesmo sem querer
Eu te quero
Mesmo com todos os defeitos

E quando eu olho pra você
Uma estrela aparece a mais no céu
A Lua parece vir a mim e me deixa
Totamente sem sentido

Não faz muito sentido
Quando o seu sorriso falso rasga minha face
Me encanta
Mas eu não queria estar encantado

(Tárik Caland)

sábado, 1 de dezembro de 2007

Resposta ao Fim de Ano

Jonnas, sabias palavras. Só que as vezes o passado é muito cruel, pricipalmente quando você sabe que ele foi ótimo e que não voltará. Pois o presente te diz "Não" e o passado te dizia "sim" , todos os dias. Então o que fazer? Tentar esquecer? Ou lembrar-se dele como felizes momentos, remoendo a angústia do presente desalentado? Nessas horas não sei se o melhor é apagar o passado ou encará-lo como uma experiência para o presente, ou futuro que venha a vim, se é que existirá.

(Luiz Felipe de Castro)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Fim de Ano

Esses dias eu, Jonnas, estive pensando sobre como com o passar mudamos. Nunca somos iguais ao que éramos a meio segundo atrás. Simplesmente porque a meio segundo atrás "éramos", não "somos", até porque a meio segundo atrás já é passado e o passado é apenas uma análise do futuro de quem já está no presente, isto é, o passado já foi futuro, assim como o presente. E o futuro sem dúvida um dia virará passado, assim como o presente. Dessa forma, vivemos para o passado, vivemos as coisas somente para depois nos recordar delas. Afinal qual seria a graça de ir a Fernando de Noronha e depois esquecer que foi?
Às vezes acontece de querermos esquecer o passado simplesmente para poder vivê-lo de novo, assim como às vezes acontece de querermos esquecê-lo só porque NÃO queremos vivê-lo. Ler um livro e logo após esquecê-lo só seria bom porque depois você teria a mesma emoção em lê-lo novamente.
Tudo é o fim. Não sabemos se no próximo segundo virá uma bala perdida e atravessará o nosso insípido peito. Então é fim de ano e, mais do que nunca, devemos nos esquecer do passado ruim e lembrar-se somente do bom. Afinal, tudo é o fim e ninguém sabe o que virá.
Que droga! acabou o tempo...

(Jonnas P. Silva)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Simplório Engano

Não apago os versos no caderno,
Errantes versos que acreditaram em um futuro incerto.
Mas que culpa os tem?

A poesia é maior, ultrapassa os limites do tempo,
Porque não superar um errônio sentimento?

Você foi o maior dos meus muitos enganos
Versos tortos de um poeta,
Desatina as lágrimas da chuva sem hora certa.

Vou lembrar-me deles como
Tristes os felizes momentos,
Que comprovam a antítese no futuro corrente.

(Luiz Felipe de Castro)




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boa leitura...

Poemas de Sete Faces

Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra
Disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas, pretas, amarelas.
Para que tanta perna? Meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos não perguntam nada.
O homem atrás do bigode é sério, simples e forte.
Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste?
Se sabias que eu não era Deus? Se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo.

De Alguma poesia (1930) Carlos Drummond de Andrade