quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Denovo!

Uffffa!Passei de ano.Aquela prova de “Fisico-Química” tava me tirando os nervos.Fui fazer minha matricula hoje, a irmã olhou-me com uns olhos de insanidade, como quem me acusasse por um crime.Só porque esqueci o dinheiro da matricula.O capitalismo atinge até as mais puras mentes clericais.Se é q existe pureza no catolicismo?Bom, isso é outro assunto.Olhei pra irmã evidenciando espanto.Tinha certeza que coloquei o dinheiro no meu bolso.Será que deixei-o cair em algum lugar? Sai meio constrangido da sala da diretoria e fugazmente desci as escadas, que ficam em frente a capela.Benzi-me três vezes.Livrei-me das catracas pela ânsia de chegar o mais rápido na minha casa, que ficava próximo ao colégio, sem querer esbarrei em uma garota que estava encostada na parede com uma cara qualquer.Não reparei bem no seu rosto.Instantaneamente esbocei minhas desculpas enrubescido.Continuei meu curso pensando no belo par de seios daquele garota.

Chegando em casa fui direto para meu quarto,o dinheiro da matricula estava bem encima da cama, como pude ter esquecido-o ali?.Deve ser os resquícios de stress com a físico-química.Voltei ao imaculado colégio.Fiz a bendita matrícula.E como ninguém é de ferro, fui até o posto comprar um refresco.Aquela correria toda secou minha garganta.Mas qual refri escolher?.Nesse instante um cara apareceu do meu lado como se quisesse um refresco também.Apressei-me do meu objetivo.Peguei um “Jesus”, que não é só pelo nome, mas é o mais santo refrigerante do mundo.Mata sede na mesma hora.Ao sair do posto avistei a menina a qual esbarrei.Estava encostada em um carro.Pelo jeito o homem no volante deveria ser seu pai.Aquelas belas cursas me deixaram alucinado.Não pude conter o olhar.Penetrei o brilho abrasador dos meus negros olhos nos seus.Que corresponderão imediatamente, olhei-a até atravessar a avenida.Segui meu curso.Mas uma idéia permeou minha mente.Dobrei a rua chegando numa livraria.Será que já chegou a coleção Freudiana de pensamentos?Perguntei a atendente que esboçou um sorriso de orelha a orelha.Apontou-me aonde estava os livros.Nossa!Tudo isso$?369 reais!Estava muito caro para o meu dinheiro de subordinado aos pais.Deixa pra lá.Quem sabe eu ganho no meu aniversário.Vou dar essa sugestão para minha mãe.Voltei ao meu curso.Abri a porta da livraria, ao projetar meu corpo para fora da loja.Taaapatuuu!Esbarrei novamente naquela garota que dessa vez caiu feio no chão.Deixando espalhar todo seus livros, cadernos, materiais escolares, que provavelmente estava comprando para o inicio do ano letivo.Mais uma vez meus lábios entreabriram-se expelindo enrubescidos desculpa.A menina levantou-se e...

Ass.Luiz Felipe Castro

Agora é contigo Jonnas!


Contigo Jonnas!

Cheguei ao Inferno.

Nossa doido, pense numa cidadezinha quente.
Cheguei ontem com papai e a Camila pra fazer a matrícula no colégio de freira. Sinceramente não sei porque eles foram me por logo nessa escola, pela TV daqui parece que um SINOPSE é bem melhor. Tinha um pessoal lá dentro fazendo matrícula também. Logo que eu cheguei soube de um carinha que não tinha passado no teste e voltou arrasado. Fiquei preocupado. Mas aí eu passei. Aliás, o teste não tava tão simples não. Tinha umas questão lá de assunto que eu nunca tinha visto na minha vida, o que deve acontecer com a maioria do pessoal que faz teste lá.
A gente achou que entrava pela frente do colégio, mas tem uns portões na lateral. Tive uma péssima impressão do colégio. Logo na entrada tem umas catraca que só serve pra atrapalhar. E o colégio é todo gradeado, parece uma cadeia bicho. Escadas e mais escadas parece que as irmãs não tem coragem de botar escada rolante de jeito nenhum. As quadras são no meio do sol quente. Um colégio que cobra R$450,00 por aluno e tem mais de 1000 alunos não cobre as quadras. Naum cheguei a subir nos outros andares. Na hora da saída taquei minha canela nos ferro que tem na calçada do colégio. A Camila faltou morrer de rir, mas aí tropeçou também e esbarrou num cara que tava saindo do colégio, provavelmente se matriculando também. O cara fez um ruído que parecia um "desculpa" e seguiu em frente; antes de drobrar a esquinha olhou de ponta do olho pra gente de novo, parece que ele se interessou pela Camila. Não fui bem com a cara dele. Mas a Camila parece que foi. "Que foi Camila? Tá olhando praquele cara por quê, hein?", perguntei. "Achei ele gato, Cadu!", falou sorrindo a engraçadinha. "Se o pai te pega falando isso eu num quero nem ver. Fica falando essas besteira aí, fica. Te cria menina!". Ela se ligou que o pai, que ainda tava lá dentro, já tava saindo, aí parou com as gracinhas.
A gente tava passando pela avenida que fica em frente ao colégio quando aconteceu um acidente atrás da gente, era umas quatro da tarde e os carros todos lá atrás começaram a parar. Ainda bem que a gente tava na frente. Foi um carro e uma moto. O cara da moto se esbagaçou todo e foi levado pro hospital. A gente viu pq na hora que aconteceu o acidente anda não tinha juntado tanta gente. Aliás, é incrível notar como nessas horas parece que as pessoas nascem do chão. E o cara do carro fugiu, o covarde. Ele passou por nós com o a frente estragada, então ele deve ter atropelado o motoqueiro. O pai pensou em seguir ele, mas não tinha gasolina o sulficiente e a gente teve que parar pra abastecer.
No posto tem uma loja de conveniências, aí eu fui comprar uma Coca pra mim. Quando eu chego lá tá o carinha branco que a gente viu lá na calçado do colégio. Ele tava tentando escolher alguma bebida pra tomar no refrigerador. Me aproximei aí ele deu uma olhada em mim. Os olhos dele eram pretos.

Contigo Lipe.

domingo, 18 de maio de 2008

O vidro

Aquele homem era um homem.
Aquela hora, ou a vida inteira, and nevermore. Contemplando ao fundo magnânimo a imensidão caótica de perdidos lumes, aquele homem percebe algo que jamais havia o feito: o mundo tem os seus olhos, seus ouvidos, a sua boca.
Era o décimo sétimo andar; estava diante do orbe lá de fora; mundo dos homens e de Deus. E só o que lhe separava naquele momento desse universo era um gigante pedaço de vidro, frágil e transparente. Abre a janela. O vento entra buscando preencher cada espaço vazio daquela sala, daquele homem. E era frio e o frio que fazia não era esse que a carne nos conforta. Cortava, seccionava. E o vento, maldito, trazia consigo todas os clamores e angústias daquele mundo cheio de ais. Gritos de socorro e de renúncia, nada de felicidade, só a morte e pirulitos de sangue.
Então, o homem sobe no parapeito da enorme janela e o vento em ascenção com ele. O suicídio é a saida. O sono é uma morte incompleta, a morte é o sono perfeito!
E por que não? O que ele teria a perder afinal?
A vida só lhe trazia tragédias. Quem vive, sofre. E não há aquele que pode dizer que não sofre, pois os mortos não falam. Logo, indo ao extremo, a única forma é morrer para parar de sofrer. No entanto, por outro lado, há na vida primores que a morte não nos pode trazer (não imagina-se). Lá fora há sabores a serem experimentados, idéias a serem tidas, véus a serem rasgados. O prazer faz da vida o que ela é. Tanto ruim quanto ótima. De um lado o prazer e do outro aquilo cujo nome lhe era desconhecido. O homem não sabia o que fazer, ou o que não fazer.
Então ele lembra de uma razão, a maior delas. O homem lembrou de Deus. Mas Deus, com todas as promessas que o seguem, lhe diz o que fazer ou o que não fazer? O homem pensou. Viu que a vida é um teste, segundo Deus, e que nada que aqui o homem possuia ele ia levar. Então de que lhe adiantava os prazeres da vida se eles eram tão vães e momentãneos, se eles não iriam quando a morte lhe vier. Aliás, a morte é o alívio máximo mesmo, segundo Deus. Todos os prazeres máximos, mas que não são prazeres, estão do outro lado. Eis que o homem se mata.
Coitado do homem que não quer olhar para si mesmo. Ver que o mundo tem seus olhos, seus ouvidos, sua boca. E ainda vive!

(Jonnas P. Silva)

sábado, 10 de maio de 2008

Cap. 11 - Adeus!

Era um sonho. Era tudo um sonho. Um longo sonho.
Max acorda em meio a um tumulto calado, murmúrios e cochichos como "Ele!?", "Desafiou o Simon"...
Bom, demorou um pouco pra ele entender a situação. Mas em alguns minutos ele conseguiu inferir algumas coisas. Ele estava dormindo, estava na sala de aula, era aula de matemática, estava todo mundo olhando pra ele, o porquê ele ainda não sabia. Mas então ele ouviu:
- Então venha sr. Caminha!
- Hã? - Max tonto respondeu ao professor, que tinha no rosto uma malícia sobrenatural e expressava um prazer imenso, sádico.
- Você não disse que sabia responder à questão? Quando nem seu amigo estudioso conseguiu, ou mesmo eu?
Max deu uma olhada em Felipe, que estava coçando a cabeça e olhando concentrado pra questão no quadro.
- Bom, eu já sabia que o sr. não teria audácia sulficiente para fazer tal esforço. Olhem pessoal - apontou para Max - eis um exemplo a ser seguido por todos aqueles que querem virar vagabundos ordinários...
- CALA A BOCA!!! - todo mundo virou para Max para ver o quanto que este estava raivoso, e em pé - EU IREI FAZER ESTA DROGA DE QUESTÃO! NÃO PARA MOSTRAR AO SENHOR QUE EU SEI, MAS PARA MOSTRAR AO SENHOR QUE O SENHOR NÃO SABE! NÃO SABE DE NADA!!!
- Ah é, senhor Caminha? Pois então será feito da seguinte forma: se você responder a esta questão eu nunca mais pisarei nesta classe novamente.
Alguns gritos de espanto e euforia encheram a turma.
- No entanto... Se você errar, você nunca mais pisará neste colégio. Aceitas?
Max olhou para Felipe que, com os olhos, não expressava nada, somente a angústia e desespero, mas sem opinar.
- Eu aceito.
Max olhou para o quadro branco e indentificou a questão que para ele mais parecia um "japonês em braille" e na mesma hora soube que nunca saberia qual o valor daquele x e também pensou. Pensou em como aquela letra, o x, iria mudar completamente sua vida. Ele iria peder contato com muitos amigos, mas poderia expulsar o pior professor que aquela escola já viu, que ele já viu. Tentou raciocinar mas nada lhe vinha a cabeça. Então numa tentativa deseperada de vitória, ou suicídio, num ato de puro impulso ele só escreveu no quadro:

x = 760

A tensão na turma denotava a insegurança e nervosismo, derivados da incerteza da resposta de Max. Será esse o fim de Simon? Ou será o de Max?
Então Simon olhou para Max e em um movimento tênue (à luz das circunstâncias) virou as costas para Max. A seguir, num caminhado imponente, porém de pudor, dirigiu-se a sua mesa, apanhou suas coisas e foi lentamente a porta. No entanto, antes de sair Max o diz:
- Professor!
Simon vira-se humilhado e mexe a cabeça em sinal de resposta; Max olhou para ele satisfeito e disse:
- Adeus!

(Jonnas P. Silva)
Termina aqui o primeiro alguma coisa que a gente não sabe o nome.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Por que eu não creio em Deus?

Provavelmente 99% de todos os "cristãos" jamais fizeram essa pergunta a si mesmo. Aliás, provavelmente não, com certeza. As pessoas acreditam em Deus porque é bem mais cômodo pra elas, afinal, não será preciso responder a tantas perguntas.
Os ateus, todos eles, sabem que se uma pessoa perguntar a ele se ele acredita em Deus e ele disser "Não", logo virá aquela pergunta "Por que não?", e, sem dúvida, essa é uma pergunta difícil de responder. No entanto, se ele disser "Sim, é claro" é bem provável que o interlocutor pare por aí, por que é natural crêr em Deus. Desse modo, é visível como é mais fácil crêr a não crêr (obs.: não estou dizendo que crêr é igual a seguir doutrinas, isso é mais difícil).


Por que eu não creio?

●1º. Porque eu acho que a vida é muito pra ser insignificante. O paraíso, para os crentes, é a única coisa que importa, afinal, daqui você não leva nada. Então o que é a vida na Terra? Um teste. Só e somente só. Então nós devemos negar toda essa vida para poder conquistar a vida eterna? A vida que nos fez tão feliz às vezes, embora tão tristes outras? A vida que nos fez conhecer as pessoas que mais amamos? Será mesmo que nós temos que negar a tudo isso? Não. Eu disse não. E você também pode (xD). Aproveite cada segundo desta vida, ela é única. Não negue-a. Viva!

●2º. Porque ele é extramente egoísta (Deus). Como pode um ser criar uma raça de animais tão potente como a nossa somente para adorá-lo? Essa idéia é completamente absurda. Eu não posso me ver somente como um animal de estimação, cuja única função é entreter o dono, mesmo que o dono seja quem o alimente. Eu (e você) somos mais que isso.

●3º. Porque eu não preciso de um ser externo pra dar sentido a minha vida. As pessoas parece que não vêm que são elas que decidem o que vão fazer da vida. Elas é que dão sentido a vida delas, não os outros. Uma pessoa que acha que sem Deus a vida não tem sentido, provavelmente é porque ela não consegue dar significado a própria vida e precisa de algo para fazer isso por ela. As pessoas são preguiçosas.

Esses são três dos n motivos pelos quais os verdadeiros ateus não acreditam em Deus. Os outros virão mais adiante, agora eu quero saber:
Por que vocês (Luiz e leitores) acreditam em Deus?
Por favor, respondam sem o uso de suposições e se eventualmente alguém falar sobre necessidade, tente explicá-la.

(Jonnas P. Silva)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Cap.10 - Constrangimento

Max respondeu ao "bom dia" com um ar de que aquele dia seria um tédio. A cada palavra da irmã seus olhos se fechavam e as retinas não possuíam o mesmo brilho de outrora. No meio daquele monótono discurso, uma idéia permeou sua mente. Pegou o celular e enviou uma mensagem a Letícia, com os seguintes dizeres: me encontra agora! Em frente aos bebedores; beijos. Letícia olhou para fileira que o garoto estava, sem entender o porque daquela mensagem. Max levantou-se e pediu permissão para beber água. A menina fez o mesmo logo em seguida. Os dois encontraram-se no local determinado pelo rapaz. A garota dirigiu-se enfaticamente a Max e disse:

- O que foi Max? - Seus olhos brilhavam ao ver seu amado ali na sua frente.
- Quero um beijo agora! Tô com saudade dessa boca.
- Mas assim, do nada? E se alguém vir?

O apaixonado rapaz não respondeu a pergunta da sedenta garota. Os lábios inevitavelmente se encontraram no que viria a ser o melhor de todos o beijos que eles já tinha dado. Max logo sentiu o volume aumentar na calça azul do colégio. E Letícia sentia-se totalmente entregue aos úmidos lábios de Maximillian. Em movimentos circulares as línguas se encontravam em uma sinestesia maravilhosa por todo seu ser. Aquele momento era único. Mas de repente, Max sentiu um fria mão puxando por seu braço, pela regidez e volume não era a da amada. E uma voz seca e amarga gritando despoticamente os nomes dos dois.

- Maximillian Caminha e Letícia. O que isso significa!?

O silêncio era a melhor resposta naquele insípido momento. Porém ele tinha que dizer algo. O cavalheiro tem que proteger sua dama. No meio de engasgos e espalhafatos falou:

- Simon, isso não irá se repetir. Deixa agente voltar para a reunião e finge que nada aconteceu.
- Claro que vocês irão voltar. - Um sorriso sádico aparecia de leve no final dos guturais lábios do professor de matemática, que Max odiava.

Simon acompanhou os dois até a sala de multi-mails, entrou e subiu no palanque. Pediu o microfone da regente irmã. Começou bem alto o discurso desmoralizante:

- Alunos e alunas do colégio Sagrado Coração de Jesus, que pelas atitudes de dois alunos profanos não será mais tão sagrado assim. Acabei de presenciar o maior ato de luxuria e imoralidade. O senhor Maximillian e a senhorita, ou melhor essa “putinha”, meretriz: Letícia. Aos beijos mais cálidos em frente ao bebedouro. Max é um “burro”, desprovido de massa cefálica, apesar de já estar indo ao segundo ano, não sabe ao menos fazer uma função quadrada. É uma vergonha ao colégio ter um aluno assim. Não é mesmo Max, responda a todos se você sabe responder ao menos a uma simples equação!

- Seeeeeeeeeeeiiiiiii sim!!!

Nesse instante ele acordou.


(Luiz Felipe de Castro)

Jonnas agora é só fechar com chave de ouro, como agente combinou.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Surpreendente Reencontro

O sol irradia irrefutável, indômito, no seu lado oeste, o dia. A luz, ao amanhecer, é o triunfo que faz a cada novo dia-a-dia, um feliz e desafiador dia.
Almeida é um fiel escudeiro desses complexos raios. Todas as manhãs acorda pelos feixes transcendentes, cortando-lhe as retinas fatigadas. Antes de ir à Secretaria de Finanças da cidade para exercer seu ofício de segurança, pára na tradicional “Marapuã”, uma cordial lanchonete próxima a sua moradia.
Exímio cliente é sempre o primeiro a comprar a ficha de acesso ao seu legítimo e amargo cafezinho. Após aquela parada costumeira, segue os passos apressados da sua rotina.
Almeida não é das pessoas mais amáveis. No seu trabalho, é conhecido como “Brutus”, pela forma como trata seus companheiros. Usa constantemente da insolência, aspereza, com seu porte físico, alto, robusto, forte, para atingir seus objetivos. Há um bom tempo vem passando dificuldades, com o pouco que ganha, em função do elevado custo de vida nas capitais brasileiras. Com isso, vai a busca de solução em uma agência de empregos.
No local desejado, encontra-se uma gigantesca fila a qual fura cinicamente. Pelo seu tamanho e a cara de mal-humorado, ninguém se atreve a interrompê-lo.
Ao chegar sua vez, é indicado a uma entrevista no dia seguinte, cedo da manhã, para ser vigia de cemitério. O salário não é lá essas coisas, mas ajudaria bastante na sua renda.
Os indômitos raios de sol dessa vez não eram tão indomáveis assim. Deram lugar a um céu nublado, cinzento, de nuvens escuras. Elas pareciam estressadas, enfurecidas com algo.
Almeida, como o irrefreável dia, não estava tão feliz assim, a entrevista de logo mais o preocupava. Ao dirigir-se à rotineira Marapuã, algo inesperado aconteceu: uma vultosa fila para comprar a ficha de acesso ao cafezinho. Pela extensão, parecia não dar tempo de degustar seu pretinho insubstituível, mas mesmo assim, decidira ficar ali. Afinal, o que eram alguns minutos de atraso?
Já há um bom tempo naquela inóspita fila, um homem instiga a sua atenção, franzino, baixo, de semblante calmo e passivo, localizava-se à sua frente. Pelo arquétipo do rapaz, não poderia lhe causar incômodo. Assim sendo, passa à sua frente e profere as seguintes palavras:
- Fica calado, pô! Vou tomar meu café, tô atrasado.
- Mas senhor, tenho compromisso, diz o sujeito indignado.
- E eu com isso? Vou tomar o meu café e ponto. Se estiver a fim de engrossar, vai sentir o peso do meu punho.
Degustou o eminente café e seguiu ao cemitério. Chegando ao local, para sua surpresa, já havia vários candidatos à espera do administrador, o qual estava bem atrasado. A zeladora olhando na direção da porta principal do local avista seu chefe e fala:
- Senhor Horácio, esses rapazes estavam me deixando louca.
Almeida, ao olhar naquela direção, sentiu seus nervos trincarem. Uma angústia profunda no peito e o embaraço nos olhos úmidos e agora taciturnos, evidenciam seu espanto: o homem à porta era o modesto moço o qual ele tão covardemente tomou o lugar na fila.



(Luiz Felipe de Castro)

Aviso!

Pessoal estamos partindo agora para a produção de contos.Vamos terminar o romance, falta somente dois capítulos, o que irei escrever e o do Jonnas, aí investiremos nesse gênero tão promissor na literatura brasileira.Para começar fiquem com esse meu conto.

(Luiz Felipe de Castro)

domingo, 6 de abril de 2008

Panis et Circencis

De repente, como se fossem ratos fugindo de um grande gato, começam a correr muitas pessoas na pequena praça de alimentação. Gritos agudos e ordens graves partiam de um centro no canto.
"É briga! É briga!"
Embora muitos corressem pra longe, outros (a maioria) queria ver. E sua sede só foi saciada depois das cadeiras voarem das mãos dos pobres infelizes... Patéticos infelizes.
Iniciou-se uma briga no shopping. Dois homens.
Por que? Só eles sabem.
Eu também fui. Fui ao centro da briga. Os dois brigavam com uma voracidade típica de abutres. Suas palavras, que eram as únicas coisas que tornavam sua vacilante raça superiores a animais, oramos estagnavam em nível abaixo destes. E aqueles que assistiam eram ainda menores.
E em suas faces o prazer se refletia na mais nojenta forma possível, expresso de forma intensa e franca. O show de horror lhes era como um espetáculo aos olhos. E esses mesmos olhos eram aqueles que mostravam horror ao ver uma notícia na TV de assassinato e diziam: "que país é esse?". Eu respondo: é um país de espectadores que só se assemelham a espectadores do show de horror proposto por gladiadores na antiga Roma de tão desprezíveis! Animais!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Voltamos...

Antes de mais nada, queria avisar que paramos por um longo tempo devido às provas bimestrais que nós fazemos todo bimestre (Dââ). É que também somos alunos então temos que enfrentar essa burocracia toda de prova e blá blá blá.... Um saco!
Mas estamos voltando à ativa e continuaremos a escrever aqui na BE. Seja no romance, seja no Multiálogo ou mesmo só por escrever.
Outro aviso, o Luiz, por um motivo que só ele sabe explicar, não quis escrever o cap. 10, ou não pôde. Então quem está sob responsabilidade deste capítulo aqui é Jonnas. Espero que não se importem, afinal, tem gente que gosta mais de como o Lipe escreve, né? Fazer o quê? Não posso agradar a gregos e troianos, mas vou fazer assim mesmo.
Então curtam o cap. 10...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Medo...

Caro Luís,
Pelo menos pra mim, sua idéia está completamente errada desde o início. Desde quando você diz: "Deus criou o homem". Venho sim tentar convencer o leitor de que Deus existe. Isso mesmo, existe. Sei que nunca vou conseguir, pois como diz um grande profesor meu: "o consolo do ateu é que o crente nunca vai provar que Deus existe, assim como o consolo do crente é que o ateu nunca vai provar que Deus não existe". Quero também dizer que não é Deus, é deus.
No entanto, vou esperar que nossos tímidos leitores também comentem...

(Jonnas P. Silva)

terça-feira, 11 de março de 2008

Pútrio Paradoxo

Não venho aqui com o intuito de provar a existência de “Deus”, esse não é e nem será meu objetivo. Nunca quero que tomem como irrefutável meu ponto de vista, afinal, "todo ponto de vista é à vista de um ponto". E por último, aos vermes pútridos da mediocridade residual que interpolam uma vida sem mistificação, amarras, mistérios.S em sentido afinal. Eu vos imploro: não sejam tão “ingênuos”!
Com essas considerações iniciais, já posso prevenir o leitor que venha a descarnar minhas palavras.
O ser humano fisicamente é muito complexo e perfeito. Pegando-o como parâmetro de comparação, até parece ridículo, as demais invenções da Terra. Realmente é cômico, pois chega a ser como comparar Deus ao homem.Veja só, o homem inventa um veículo auto-motor para o seu transporte, todo o seu funcionamento está baseado no seu próprio criador. O seu projetor, para viver, precisa se recarregar com alimentos orgânicos. O automóvel também. Funciona por base de gasolina, um combustível produzido por meios orgânicos. As coincidências não param por aí. Assim como tem pessoas que não comem carne vermelha e aderem a uma alimentação vegetariana, existem carros que funcionam por diesel, álcool, gás, eletricidade e etc. No homem há um órgão que rege indispensavelmente os demais. No carro é o motor, irrevogável aos outros aparelhos. Se continuasse as comparações não caberia mais nessa folha. Quero que percebam que o homem cria máquinas para facilitar, auxiliar, substituir suas funções, no entanto, baseado em seu próprio funcionamento operacional, com finalidades definidas.Aí reside a grande chave do meu questionamento. Na bíblia está escrito "Deus fez o homem sua imagem e semelhança", assim como nos fazemos com os nossos homens (máquinas), porém, a gritante diferença é que sabemos sua finalidade. Justamente por não conhecer o porque da nossa existência, não se pode considerar a falta de um Deus. O ateísmo, então, chega a nossos olhos como um paradoxo do ego(inteligência) com o Eu (alma). Ou seja, em termos, uma “burrice”.


(Luiz Felipe de Castro)
Pronto Jonnas, o primeiro texto do Multiálogo está feito. Agora é tua vez.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Aviso - Multiálogo

Olá, leitores e leitoras, landys and gentleman. Antes do início das aulas, nas férias (dââ), eu e o Luiz pensamos em inovar o Blog. Para isso, dispunhamos somente do teclado e com ele só se podia escrever. Mas escrever remete a muita coisa. Diante de uma folha em branco, você é Deus. Com lápis e papel você pode criar um universo inteiro onde você é o rei. Destroi, constroi, reconstroi, em outras palavras, cria. Também pode criticar. Pode comentar um mundo que já existe. Sua contribuição para alguma mudança nele pode ser grande, caso você escreva sobre coisas grandes, ou pequenas, caso você só pense no Big Brother. Você pode ir mais além. Não só comentando como criando uma saída para um mundo melhor. No entanto, esse mundo melhor só será aceito por outros se e somente se for também um mundo melhor para estes outros. Isto é, uma andorinha só não faz verão. Você precisa ser mais amplo, não pode mudar o mundo sozinho, porque tudo é o resultado de milhões de ações feitas independentemente, mas que levaram àquela situação. Independentemente. Não existe destino, pois existe livre arbítrio. Então, aí está o supra-sumo da escrita: comentar criando. Discutir. No entanto, não queríamos fazer isso; queríamos algo separado. Por isso, criamos e multialogaremos.
Criamos o romance (que aliás nem sabemos ainda o nome) e continuamos criando. Max, Lipe, Gui, Letícia... Todos são obras de duas mentes e dois teclados, ou até mais, pois escrevemos em lans. Essa é a criação. Eis o multiálogo:

O que é o multiálogo? Di-álogo é o debate entre duas pessoas. Multi-álogo é o debate entre mais pessoas.
E quem irá debater, além de você dois? Vocês, leitores.
Como assim nós? Bom, embaixo de cada texto nosso há um link com a seguinte inscrição: x críticas. Basta clicar nela que você abre sua folha de papel em branco e tem um teclado a mãos. Basta mexer os dedos e queimar a cuca. Como iremos discutir? Bem, vai ser parecido com o romance. Eu (Jonnas) escrevo um texto expondo idéias e teorias de um certo assunto e o Luiz vem e, sempre antagônico, levanta idéias contrárias para rebater minha teoria. Aí entram vocês que, a cada texto, vão nos ajudando a erguer nossos argumentos, apresentando os de vocês. Dessa forma, em nossos textos ficarão refletido tantos pensamentos meus e do Luis quanto de quem estiver disposto a comentar. O que acharam?
Quando nós começamos? Basta aguardar. No entanto, se quiseram já ir se exercitando comentem este texto, dizendo o que acharam da idéia e se vão participar.

Para animar: O primeiro assunto é simplesmente Deus. Eu serei o ateu e o Luiz será o crente.

Até mais.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Cap. 9 - Branca, Desgastada, Suja E Em Alta Velocidade

Estava de novo na escola de que tantas vezes quis sair à todo custo. Isso era estranhamente prazeroso. Era a primeira vez que Max queria entrar, estava gostando de entrar. Ou ele não lembrava de nenhuma outra. Era uma grande escola, sem dúvida. E também uma escola grande. Estuda nela desde o maternal ou, como ele costumava dizer, desde sempre. Aquele portão vermelho. Aquela cantina, que já foi muito diferente. Aquela, ou melhor, aquelas quadras. As próprias salas. A evolução. Do térreo ao segundo andar. Do fácil ao difícil. Do básico ao sofisticado. O Colégio das Irmãs era a sua escola e se oferecessem a ele qualquer outra a resposta dele seria curta, de três letras: não.

Antes de falar com os amigos iria conferir em que sala ele e Felipe tinham ficado. A listra sempre ficava colada na parede à esquerda de quem entrava. O segundo ano do ensino médio normalmente era dividido em cinco classes. Max sempre ficava entre as últimas. E, F, D, até G... Ele, Lipe, Guilherme, Saulo, Gustavo, Henrique e todo o pessoal do grupinho deles sempre ficavam na mesma classe, além das meninas. Letícia, que Max conheceu na sexta série (sétimo ano), ficava nas primeiras séries, ou melhor, sempre na primeira, o A (dââ). A forma com que Max a conheceu foi a mais "romântica" que um homem e uma mulher poderiam ter se conhecido, ou melhor, que um menino e uma menina poderiam ter se conhecido...

Era uma sexta-feira, num setembro qualquer. Eis que a menina mais doce do colégio, como Max gosta de dizer, estava saindo do banheiro correspondente acompanhada de Luna (sua melhor amiga, pois uma mulher nunca vai ao banheiro sozinha) quando de repente uma bola de futebol branca, desgastada, suja e em alta velocidade, atinge em cheio o rosto delicado da menina que tinha acabado de sair do banheiro. O momento foi de silêncio. Silêncio na quadra do Colégio das Irmãs onde estavam jogando Saulo, Henrique, Guilherme, Lipe e também um certo Max que acabara de dar um passe errado e chutar uma bola branca, desgastada, suja e em alta velocidade na direção do banheiro das meninas. Que acertou em cheio o rosto da menina mais doce do colégio. Ela ergueu o rosto vermelho e, choramingando de raiva ou dor, lançou olhares furtivos a quadra em frente a fim de localizar o remetente daquela bola. Olhou de uma trave a outra e, como se tivessem adivinhando o seu objetivo, todos que estava naquela apontaram para um certo menino forte, que disse:
- Desculpa.
Silêncio. Letícia fitava intensamente aquele garoto na quadra.
- Foi sem querer. Juro! - trêmulo, Max dizia.
Letícia vacilou por um momento e de repente caiu. Desmaiou.
Todos ficaram apavorados e correram em direção a menina que acabara de cair. Todos, exceto um. Max estava tão apavorado que não conseguia se mexer. O medo lhe feria não pela bronca que iria ouvir ou mesmo por uma expulsão que poderia receber, mas pelo fato de ter acabado de fazer desmaiar a menina com o rosto mais doce que um dia avistara. "E se eu tiver matado ela?", "E se ela ficar doente para sempre?", "Ou pior, se ela nunca quiser falar comigo por isso?". Tais questionamentos lhe vinham à cabeça como bombas foram a Hiroshima. Além de Max, outro garoto também havia ficado parado no meio da quadra, só que olhando para seu amigo que estava com uma cara arrasada. Lipe caminhou em direção a Max e, tocando em seu obro, lhe disse com toda a franquesa que um amigo pode expressar:
- Tu tá lascado.
- Tô mesmo. E agora?
- Agora ela vai ser levada pro hospital e vai ficar muitos dias lá. Todos vão culpar você. E os pais dela vão te odiar pra sempre. E ela também.
- E se ela tiver morrido?
- Acho que você não tem um chute tão forte. Mas se eu fosse você me esconderia.
- Não. Não sou covarde. Prefiro apodrecer na cadeia. Será que lá é ruim?
- Muito ruim. Eu tenho um tio...
Lipe foi interrompido pela campainha do colégio.
- Vamos pra sala? - Lipe mesmo disse.
- Vamos.
Começaram a caminhar.
- Ei, você sabe quem ela é? - indagou Max.
- O nome dela é Letícia, eu acho. Ela é da sexta A.
- Como você sabe?
- Eu gosto de me manter informado. - Lipe adorava dizer isso.
- É o primeiro ano dela aqui? Ela é novata?
- Parece que é. Nunca tinha visto ela aqui antes.
- Ela é legal?
- Sei lá. Nunca falei com ela. Sabe, eu pensei numa forma de você não se sentir tão mal, de você se safar...
- Como?
- Pede desculpas.
- Mas eu já pedi!
- Não, a sós. Só você e ela.
- Hum... não sei não.
Já estavam chegando na sua sala.
"EITA, TÁ TÁ TÁ!!! EITA, TÁ TÁ TÁ!!! O MAX VAI SE LASCAR!!!"
Toda a sala gritava em uníssono.
Uma garota desmaia em pleno recreio no meio de todos. Não é todo dia que acontece. E não é todo menino que tem o azar de ser o responsável. Max, pelo menos ao que pensava, estava lascado mesmo.
"EITA, TÁ TÁ TÁ!!! EITA, TÁ TÁ TÁ!!! O MAX VAI SE LASCAR!!!" - o coro continuava.
No entanto, antes que qualquer um se aproximasse de Max e lhe dissesse o quanto ele estava encrencado de novo, a professora chegou. Fez um chiiiiiiiiiiiiiiiii que fez com que todos ali presentes se calarem.
- Silêncio. - ela ordenou - Max, a Irmã Maria - que era a diretora naquela época - está lhe chamando na coordenação.
- Ok... - ele disse, imaginando se iria ser queimado vivo, levado a forca ou mesmo esquartejado e dado aos cães.
- Psiu! - o som veio da professora - Não se preocupe.
Foi realmente relaxante para Max, que, saindo da sala, dirigiu-se a secretária. No meio do caminho, começou a pensar no que iria dizer, pois com certeza iriam lhe acusar de assassinato. "Que é que eu vou fazer?".
Quando chegou estavam na sala de entrada, com alguns sofares para se sentar, um casal, que Max imaginou ser os pais de Letícia, a Irmã Maria, como sempre, com uma cara de poucos amigos (na verdade, nenhum!) e Letícia.
- Oi - Max disse. Houve um momento de silêncio - Desculpa, eu não queria, por favor não me matem. Eu sou muito jovem pra morrer. - já estava chorando - a bola foi sem querer. Eu não queria acertar ela. Eu faço o que vocês qusrem. Eu juro!
- Ei, ei, ei! - o homem lhe chamou a atenção - Não se preocupe. Não aconteceu nada. Ela só teve uma queda de pressão na hora. Nem foi por causa da bola... Pare de chorar. Ela te desculpa. Não é Leti?
- Hum Rum. Mas da próxima vez presta mais atenção, viu? Doeu. - a voz era um canto. Um encanto.
- Tá bom.
Daí em diante, todos os dias eles se encontravam no recreio. Sempre com uma troca de ois. Entretanto, no final da oitava série (nono ano), os seus laços se afirmaram e ele teve coragem de chamá-la para sair. Mas recebeu um meigo e destruidor não. Ficou arrasado. Mas Letícia estava afim. Nem mesmo ela soube responder porque não correspondeu ao pedido. Ou não quis. Não obstante, Max teve a coragem de pedir novamente, mas dessa vez não houve recusa.

Álvaro Dias, ..., Carol Calcanhoto, ..., Fábio Sabino, Fausto Heleno, Gustavo Gregório... "Ei, cadê o Lipe?"; releu aqueles nomes algumas vezes para reconhecer que Felipe não estava incluido naquela lista organizada em ordem alfabética. "Bom, então eu também não devo estar nessa sala (a E)...". No entanto... Jonatas Felipo, Leandro Mateus, Maximillian Caminha... "MAXIMILLIAN CAMINHA? Isso é impossível. Fomos separados! Espera! Sem desespero. Ele pode mudar de sala." pensou esperançoso Max, no entanto... obs.: Este ano não será permitida mudança de classe por parte dos alunos. A diretoria. "O QUÊ? Como eles podem me separar do Lipe? Nós, que somos a história desse colégio!? Será que o Lipe já sabe?"...
- O QUÊ? - Lipe gritou de raiva - Isso não pode ser. Você tem certeza?
- Claro. Eu li a lista no mínimo sete vezes! A não ser que haja outro Maximillian Caminha no colégio.
- Eu acho que não. E em que sala eu estou?
- Nem sei. Nem olhei.
- Cara, basta que o Lipe vá onde a cordenadora e peça pra mudar de sala - Gui se manisfestou diante da perplexidade e arraso dos amigos.
- Isso é o pior. Não pode mais mudar de sala! - Max disse.
- QUÊ? - Lipe e Gui gritaram em uníssono.
- Pois é.
- Ei, o que aconteceu com a diretora pra fazer isso? Eu quero quebrar a cara dela. Deus me perdoe, porque a irmã Maria nunca iria fazer isso. - Gui disse.
- Você não soube? - Lipe, com um ar de "sei-tudo-e-você-não", indagou a Gui.
- O quê?
- A Irmã Maria morreu. - quem falou foi Max.
- Como?! - Gui.
- Ela foi encontrada lá em cima, no quarto dela, em cima da cama, aparentemente dormindo, só que quando foram acordá-la, ela simplesmente não acordou. Estava morta. Fria, olhos ainda abertos. Com a bíblia sagrada nas mãos. Em latim. - Lipe contemplou as próprias palavras, orgulhoso.
- Nossa, e como você sabe tudo isso? - Gui.
- Bom, eu gosto de me manter informado.
A campainha soou:
Diiiiiiiiiimmmmmmm!!! E mais:
O Colégio Sagrado Coração de Jesus gostaria de informar que, antes do início do ano letivo efetivamente, haverá uma reunião na sala de "Multimails" do colégio com os alunos do ensino médio, à começar a partir das 7:10 am., a fim de informar algumas mudanças na estrutura administrativa do colégio e dar boas vindas aos que chegam agora. Aos alunos novos, vão ser guiados pelos monitores, que estão vestidos de branco Desde já, agradecemos a companhia de todos.
A voz era estrondosa como o canto mais grave de um leão ao mesmo tempo em que era reconfortante.
- Eu conheço essa... - Max foi interrompido por Lipe:
- Mudaram a música de novo. Eles vão anunciar a nova diretora da escola. Provavelmente será a Irmã Benta.
- É, ela é a mais velha. - Gui presumiu. - que horas são?
- 6:55. - Lipe respondeu - Vamos indo? Pra garantir um lugar na frente.
- Não. Eu quero ficar lá atrás. Nem quero saber quem é essa nova diretora nojenta - Max, que depois da campainha havia ficado calado, pensativo, se pronunciou.
- Eu num vô lá agora também não. Acho que nem vai caber todo mundo lá mesmo. A não ser que tenham reformado a sala de Multimails. Ei, tô indo procurar os caras. Falou! - Gui.
- Falou! - disseram Lipe e Max juntos. E Gui se foi, ficando só Lipe e Max.
- Ei, bora lá pra trás, Lipe. Pára de ser certinho! -
- Tá bom eu vou, mas só se for agora. Senão nós não vamos caber, mesmo sentando lá atrás.
- Okay.
Atravessaram as duas quadras subiram as escadas e chegaram a uma sala que mais parecia uma sala de cinema, com cadeiras que se erguiam para o fundo e um pequeno palco na frente. No entanto fora reformada. Estava bem maior. O "pauco" estava bem maior agora. As cadeira em maior quantidade. A sala de aula que ficava ao lado da Multimails foi eliminada e tomada por esta. Já havia um bom número de pessoas lá dentro, inclusive alguns conhecidos de Max e Lipe. Ambos acenaram e se dirigiram ao fundão. De lá dava pra ver todo o salão. No palco, ao que Max pôde ver, estavam algumas freiras, alguns professores que ele já conhecia, alguns outros que ainda não, outras pessoas que presumia serem novos professores, além de alguns funcionários.
- 7:09. Já vai começar - disse Lipe.
No mesmo momento um grande número de pessoas entrou na sala e ocupou o que restava de acentos. Então começou um barulho infernal de centenas de jovens conversando bobagem e dizendo coisas do tipo: "Como foi de férias?", "Ah, fui bem e você?", "Também. Pegou muitos gatinhos?"... Mulher só pensa em homem. A recíproca também é possível.
Todos os presentes no palco sentaram-se em cadeiras dispostas no mesmo palco. Uma certa freira baixinha e de oclinhos meia-lua tomou o microfone e de repente todos calaram-se.
- Bom dia! - ela disse.
- BOM DIA! - todos responderam.
...

(Jonnas P. Silva)
Te Vira!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Cap. 8 - Volta as Aulas

Em casa, Max descansa no conforto do seu singelo quarto; na cabeça, as lembranças cálidas de Letícia, como estaria ela agora? Pudera se lembrar com todos os detalhes o último beijo, as palavras professadas, e aquela “desgraçada”campainha do recreio acabando o momento. Porém tudo que desejava agora era ouvi-la novamente. A ansiedade pungia na sua mente. Já tinha perdido um dia, amanhã como sem falta voltaria ao ar “imaculado” do C.S.C.J., isto é, se não acontecesse mais nenhum imprevisto. Direcionou o olhar para seu violão encostado na cama, como havia deixado desde que saiu. Aquela cor negra contrastando com as cordas de aço brilhantes, em uma posição diagonal a que jazia seu corpo. Era como se o instrumento falasse, pedisse:
“Me toca, por favor!”.
Ele não poderia recusar aquele “sacrificante” pedido. Começou a dedilhar alguns acordes e solfejar com os lábios entreabertos uma canção dos “Engenheiros do Hawai”, era algo bem romântico e melancólico aos seus ouvidos, que mais uma vez fizeram-no retinir a mente a imagem de Letícia, numa sinestesia com o violão. O encontro dos lábios fugazmente refugiados nas almas, o gélido corpo envolvido no cálido sorriso abstrato do seu coração. O bombardeio de emoções e frívolas certeza adornavam seu ser. A música dos “Engenheiros” inspirou sua vocação poética, que se encontrava bem florescida ao meio das contradições do amor. Soltou seu instrumento e apanhou caderno e caneta na estante, a tinta fervia, borbulhava os versos repletos de emoção. Ao terminar o simplório poema o leu pra si mesmo.

"Não adianta mais eu tentar te esquecer,
É inevitável como o sol que me faz te ver.
As lembranças estáticas a memória
As palavras que sucedem o beijo a qualquer hora
Vão me fazer lembrar de você,
Como o poeta a sua poesia,
Como o calor a luz do dia.
Eu te quero do jeito que você é
Com todos os defeitos me olhando de qualquer jeito.
É inevitável pra mim,já que o destino quis assim
Eu nada posso fazer.
É inevitável como o mar ao luar,
A canção a se cantar,
Eu a te amar.
É inevitável como versos a poesia,
Letra a melodia
Eu e você a qualquer dia".

Viu que daqueles versos sairia uma ótima musica, pegou o violão e fez rapidamente a melodia. Estava pronta a sua mais nova musica; se intitularia "Inevitável". Mostraria a Letícia quando tivesse oportunidade.
Os debaneios foram quebrados de repente quando dona Ana entra no quarto fugazmente com um ar de espanto e conforto.

- Max, tenho uma ótima notícia. O Lipe recebeu alta agorinha! A Ivone me disse que ele está ótimo.
- Mas assim tão rápido? Como pode?
- Ivone também está impressionada, o estado dele era bem pior que o seu, nem os médicos sabem explicar, mas ele está super bem.
- Ele vai pro colégio amanhã?
- Meu filho, acho que sim.
- Vou já ligar pra ele.
- Liga mais tarde eles devem estar jantando agora, aliás já coloquei seu prato na mesa desce logo. - Ta bom mãe, só vou terminar umas coisas aqui.

A sua mãe retirou-se do quarto e momentos depois ele desceu. Degustou o delicioso jantar caseiro, com o aprazível tempero de Ana. Quando terminou já eram 8:30, foi se deitar e relaxar os músculos daquele estressante dia.
“Triiiiiiiiiiiiiiiinn”.O despertador soava agoniado no seu ouvido. Olhou para as horas, já estava na hora de se levantar. O primeiro dia de aula para ele, tomou banho, vestiu a camisa branca com calça azul, tradicionalmente, às normas do Colégio das Irmãs. Engoliu o café com leite e torradas como tinha preparado sua mãe.Um beijo no rosto e despediu-se de dona Ana. Naquela manhã tudo era tão calmo, a brisa fresca a corta-lhe o rosto, os transeuntes ao seu redor, todos dirigindo-se aos seus devidos destinos. Cumprimentou o segurança na entrada principal do colégio, no entanto ele não respondeu nada. Como sempre fazia,Max pôs primeiro o pé direito no chão da escola. Pronto, estava novamente às aulas. Todos conversavam no pátio lotado, ele logo avistou Felipe e Guilherme lá encostados na trave.

(Luiz Felipe de Castro)
Pronto Jonas, ta aí.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cap. 7 - "Depois eu te conto" (revisto e corrigido)

-Mãe, antes de mais nada eu queria que a gente conversasse lá dentro mesmo. É que o Felipe faz parte da história. - tudo fazia parte do seu plano.
- Mas ele tá almoçando, filho. Você não pode me explicar aqui mesmo? Ou você está é contando com ele pra algum plano escapatório? - D. Ana conhecia seu filho como a palma da mão...
- Que é isso mãe? É que eu preciso saber se posso contar. É algo meio secreto...
- Então okay...
Entraram e Lipe instantanemente olhou para Max. Os olhares cruzaram-se de forma que parecia que Max estava dizendo "Tô lascado, me salva!".
- Lipe, eu tava conversando com a mãe e ela aquela quer saber do negócio do envelope e tudo o mais, eu queria saber se posso contar sobre tudo...
- Ééééé... Hum... - a perplexiadade invadia a cabeça de Lipe, mas sabia que tinha que salvar o amigo - Claro.
A situação agora era bem mais complicada do que Max hvia imaginado, mesmo que já tivesse planejado o que dizer desde o momento em que percebeu que não iria se safar. No entanto, ninguém estava mais surpreso naquele quarto hospitalar do que o próprio Felipe. A idéia a princípio parecia meio maluca na cabeça de Max, mas ele sabia que seu amigo, mesmo sem entender nada, não iria deixá-lo na mão.
- Foi o Lipe que me entregou ontem pela manhã. - afirmou vacilante Max.
- Foi?... - Lipe, que estava mastigando engasgou e cuspiu no prato.
- Quando? Ele pegou o envelope lá em casa? Ontem eu passei a manhã inteira cozinhando, nem sai! - a complexidade mista com desconfiança transparecia no rosto meigo de dona Ana.
- É... - Lipe até tentou, mas Max o interrompeu.
- É que ele conseguiu uma coisa que eu pedi pra ele na internet, aí ele me mandou, só que eu num tava lá. Aí quando eu fui na casa dele ele me entregou.
- E porque está escrito "Ass.: Y-760" sei lá, "Z"...
- É X... e... e... - mas o "e..." não teve continuação. Max não sabia como sair dessa. "Porque X-760"?
- Porque é assim que nós nos chamamos. É como se fosse um código secreto sabe d. Ana? Coisa de menino. Mas a gente se chama desde pequeno... - A resposta de Lipe aliviou Max de uma forma espetacular; Max sempre diz que se não fosse por Lipe nas horas difíceis ele já teria morrido.
- E como vocês chamam o Max? - d. Ana ficou curiosa.
Max e Lipe se olharam de forma um pouco estranha.
- Greyback! - Lipe disse. Tirou o nome de um personagem de Harry Potter, livro que por sinal ele adorava.
- E de onde vem? E porque não é uma letra e um número? - mais uma vez d. Ana.
- Isso agente não pode dizer... - falou Max já angustiado pensando que isso não iria acabar nunca. - Sei... Então tá. Max, temos que ir. Já são quase doze horas e você tem que almoçar. Lembre-se que você está fraco e tem que comer muito, bebê.
Max estava tão feliz por tudo ter acabado que nem ligou por sua mãe ter lhe chamado de "bebê".
- Tá bom, mas eu nem posso conversar com o Lipe mais um pouco?
- Ele também vai descansar agora, além de fazer uns exames então eu acho que não vai dar não Max. Sinto muito - finalmente d. Ivone se pronunciou.
- Aaaaaahhhh. Mãe mas é um minutinho. Tenho certeza que nós não vamos morrer por isso. - Lipe falou com um desdém que convenceria qualquer mãe na face da terra. Exceto uma.
- Sem "mas"! Você não está em condições de decidir o que quer, garoto. - Falou com grande autoritarismo d. Ivone.
- Vamos, Max. Tchau Ivone! Boa recuperação Felipe! Amanhã o Max vem aqui.
- Tchau Ana. O Lipe só pode ser visitado das 14:30 às 16:00, ok? - Falou animada d. Ivone.
- Então vamos. Se despede do Lipe, Max.
- Falou cara. - Max sabia que Lipe queria informações e que estava muito curioso para esclarecer o que havia acontecido. Mas naquele momento sabia que não podia falar.
- Falou. - Era nítida a sensação de insatisfastez nas suas belas feições.
D. Ana abriu a porta e saiu acompanhada logo atrás por seu filho, que antes de sair olhou pro rosto do amigo, ainda perplexo, e fez um gesto com os lábios:
"Depois eu te conto"...

(Jonnas P. Silva)
Pronto. Corrigido. Desculpas sinceras. Obrigado à quem comenta e lê nosso simplório romance, mesmo estes sendo poucos... Valeu mesmo... Ah, e Lipe, tá na hora do C. S. C. J....

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cap. 6- Resposta Impertinente

Filipe olhou fixamente para os olhos de Max, eles pareciam não acreditar no que viam, a perplexidade na face branca do rosto do amigo faziam crer que aquilo que lia fosse algo terrível,será algum diagnóstico médico?Ele estaria condenado a alguma patologia desgraçada?Achou melhor elucidar logo aquela questão.

- O que foi Max?

O garoto ali no chão não respondeu nada,estava ludibriado com tudo aquilo,em estado de choque é a expressão certa para aquela situação.Os olhos não acreditavam no que haviam visto,a realidade parecia estar longe de tudo aquilo, mas sabia que não se tratara de um sonho.Beliscou-se e a dor pungente chegou as carnes ainda tremulas e frias.Então Lipe refez o chamado.

- Max!!! Responde!

- Feeeliiiipee....- Max engasgadamente respondeu.

-­­O que há contigo?O que está lendo?

-Se eu te contar não vai acreditar.

Nesse instante entra no quarto dona Ana e Ivone com o almoço do filho.Max imediatamente esconde o papel negro o qual estava lendo dentro da cueca.Mas esquece de esconder o envelope amarelado que jazia no chão alvo do quarto.

- Max, como esse envelope amarelo chegou até aqui?- indaga sua mãe.

Se ele contasse a verdade com certeza elas não acreditariam .Achariam que o murro que tinha levado afetou algum lugar do seu cérebro.Mas como sair daquela enrascada?Como ele poderia explicar? Dona Ana continua:

- Esse mesmo embrulho chegou ontem pra você quando tinha acabado de sair pra casa do Felipe.Mas como chegou até aqui?Eu não me lembro de ter trazido nada quando vim aqui da outra vez com Ivone ,socorrendo vocês daquela briga.

Felipe sem entender nada ainda,percebeu a frustração do amigo a responder aquela pergunta.Interrompendo a fala de dona Ana dirige-se a sua mãe.

- Mãe,ta trazendo minha comida?tou morrendo de fome,essa comida de hospital é péssima.

- Estou sim meu filho.Ta aqui na marmita,coma logo senão vai esfriar.Ana,pede a uma enfermeira um prato e talheres.

- Ta ok,-Ana respondeu e saiu do quarto a procura da enfermeira.Nesse momento Ivone indaga a Max.

- Max, porque não telefonou pra min como agente tinha combinado?

- Eu me esqueci tia,foi mal.

- Tudo bem rapaz,que envelope é esse que sua mãe tinha falado?

Agora se via de novo atormentado pela aquela pergunta, tinha que pensar logo em uma boa mentira, pois não iriam deixa-lo em paz enquanto não respondesse aquele questionamento intrigante aos que jaziam ali, e principalmente a ele.Pensou consigo,já sei!

- Aquele envelope é....

Chegou a enfermeira a qual tinha despertado a insanidade sexual em sua mente juvenil.Trazendo o prato e talheres.Os olhos quais estavam voltados pra Sr. Ivone,alteraram seu curso imergindo no corpo escultural daquela enfermeira.Aquela moça instigava seus instintos mais “sacanas” que ele próprio desconhecia tão vigoroso como estavam.Tinha que controlar-se afinal dona Ivone estava ali, não poderia parecer um maníaco sexual.A resposta ainda estava pendente,mas ele já sabia qual seria o contra-golpe perfeito.Recompôs-se dos seus impulsos hormonais,a enfermeira pôs-se para fora do quarto terminando o seu turno naquela tarde.Na inércia do movimento,Max já se via decidido a esvair aquela questão antes que lhe trazer-se demais complicações.De repente dona Ana entra no quarto com o Dr. Valter,já estava na hora de ver como o paciente reagia.Felipe já havia terminado vorazmente o prato de comida,isso é bom sinal observou o Dr.Valter caminhando até o enfermo.

- Como está se sentindo garotão.

- Tou bem melhor doutor,não sei o que foi mas quando acordei não senti mais nada.

- É mesmo?Vamos ver aqui.- Nesse momento o médico pegou um martelinho e golpeou contra a perna de Lipe.Ela imediatamente levantou-se.

- Senti alguma coisa aqui?

- Não, nadinha.- continuou os procedimentos adequados,até comprovar de fato que o rapaz não possuiria mas nenhuma fratura.Muito estranho porque ao que os raios X indicavam era para o garoto ainda estar com muita dor pelo o corpo.Devido as fraturas de vértebras e faciais.No entanto as aparências de Felipe não poderiam estarem em melhores condições.

Ana pede licença aos demais no quarto e curiosa como ela é chama o filho ao lado de fora do local.Max já sabia do que se tratava,e não tirava a razão da mãe em saber de onde surgiu aquela carta.Ele também não fazia idéia,porém já tinha tudo arquitetado do que dizer para a sua mãe.

Chegando ao lado de fora,dona Ana fita-o.

- Me diz agora de uma vez por todas de onde surgiu aquele envelope?





( Luiz Felipe de Castro)
ME DIZ AÍ JONAS! RSRSRSRSRSR...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Cap. 5 - Espada ocular

Pôs a mão na maçaneta e entrou. No entanto, Lipe não estava só. Lá estava também alguém, cujas feições eram estranhas para Max. Alguém o qual Max nunca tinha visto. Era, sem dúvida um sujeito estranho, com um olhar penetrante, olhos azuis, profundos. Vestia um blazer longo e inteiramente negro, ébano. Um chapel elegante cobria os fios brancos que ali e aqui escapavam das hastes do objeto negro. Tinha uma barba perfeitamente feita e alva como neve. Pelas feições, Max julgava que o senhor deveria ser velho, sem dúvida, o sulficiente para ser seu avô. Estava em pé olhando para Lipe com um afeto impressionante, semelhante ao afeto paterno. No entanto, quando Max entrou, seu olhar transformou-se em uma velocidade impressionante de afetuoso para duro, profundo, penetrante. Max ficou imóvel por muito tempo, olhando aqueles olhos. Que olhos. De repente, uma sensação estranha tomou conta dele. Um tipo de pudor misto com medo, um sentimento que o fazia querer desviar daquele olhar custe o que custasse. Sentia um dor enorme em persistir, mas não queria perder. Estava o dilacerando por dentro. Era como se cada pedaço do seu corpo fosse incendiado em um fogo infernal e que a única parte à salvo fossem seus nervos, os quais lhe asseguravam sentir a máxima dor possível. Duas espadas de diamante saiam daqueles malditos olhos e atravessavam Max milhões de vezes seguidas, indo e voltando, sempre no centro, no coração. Aquele olhar o queria vencer, queria que ele desviasse. No entanto, Max queria ficar e insistir, não iria desviar, não, nunca! Não seria tão fácil assim, ele iria ganhar, mas a dor se tornara mortal e Max viu que se permanecesse mais poderia sofrer muitas sequelas. Finalmente Max não agüentou mais e devido ao grande esforço caiu no chão. Sem ruídos. Sentiu-se bem melhor no instante em que desviou daquele olhar cruél e penetrante. Sentiu que um fardo enorme havia sido tirado de suas costas.
- Bravo. - A voz daquele homem ressoôu como o canto mais grave de um leão, não menos impressionante que seu olhar, no entanto, agora confortava o coração de Max, que levantou-se rapidamente. - O jovem Maxmillian, suponho.
- Sim, sou eu. - Max respondeu ofegante. No entanto, ao se levantar, vê que em lugar do homem que outrora encontrava-se ali, havia uma carta. Um envelope negro sem selos onde havia escrito
"Para Maximillian, Ass.: X-760" em letras recortadas de revistas. Max o abriu e eis que nele havia escrito as seguintes palavras:
Morte e Glória infinitos, a granel
Lhe procurar vão e o encontrarão
Estrelas iluminam seu pomposo céu
Espinhos cobrem seu amargo chão

Aquele cuja sua corajem ousou
Provar para protejer alguém
Vai lamentar o quanto durou
E se vangloriar por estar sem

Laços unem seus sombrios caminhos
Transparentes como aguás de véus marinhos
Espadas longas e agudas irão cortá-los
E, para sempre, na escuridão aprisioná-los

Morte e Glória infinitas, a granel
Lhe procurar vão e o encontrarão...

1S13M5I8N2O8R3N21

Neste momento Lipe acorda de um sono agitado e encontra Max a sua frente. Sente uma grande sensação de felicidade por seu amigo estar com ele naquele momento, entretanto, de súbito, percebe que seu amigo está ajoelhado no chão lendo uma folha negra com uma expressão facial perplexa, quase que como se seu amigo tivesse sido sugado de toda sua energia e coragem, além da cor, pois ele estava branco de uma forma que Lipe nunca havia visto...

(Jonnas P. Silva)
Agora eu quero ver o que é que tu vai fazer com essa sua carta...
Kkkkk



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Cap. 4 - Estranha Coincidência

Já era segunda feira, Max acabara de lembrar que as aulas já tinham começado; estava ansioso para voltar logo ao colégio, apesar dos pesares, adorava aquela escola. Dona Ana havia se retirado do quarto de Felipe para o filho descansar, no entanto tinha muitas coisas com que se entreter naquele local que mais parecia um sonho semelhante ao que acabara de ter com Letícia; fazia um bom tempo que eles não se viam; mais precisamente um mês desde que entraram de férias.Tentou ligar pra ela várias vezes, mas o seu celular só podia estar com algum problema, pois sempre encontrava-se desligado. Porém amanhã tudo se resolveria, iriam se ver no recreio e se ela lembrasse que aquele dia era ,o seu aniversário ganharia um presente que só ele poderia imaginar. Na cabeça também revolvia a lembrança de Lipe, como estaria o amigo?Assim que melhorasse iria visitá-lo no hospital.

Tentou se levantar, mas as dores de cabeça ainda persistiam em incomodar. Sabia um jeito de sanar aquele infortúnio: só tocando o seu violão. Como não o tinha em mãos, voltou o olhar ainda taciturno para aquela “Ibanez” alve-rubra em cima do pedestal. Assim que colocou os dedos nas cordas novinhas sentiu uma leve melhora; um som metálico furioso “truou” da caixa de som. Testou o pedal de distorção que estava no chão e fez um solo de uma musica do “Iron Maiden”, a que ele mais gostava, “The Trooper”. O som contagiante logo propagou-se por todo o quarto atingindo rapidamente a casa. Dona Ana entra rapidamente no quarto e assutada fala com o filho:

- Max! Pare com isso, você não estar em casa.
- Desculpa mãe, é que me empolguei um pouco, essa guitarra é muito massa.
- Tudo bem meu filho. A mãe do Lipe quer levar o almoço dele no hospital, ela me convidou para ir, você quer ir conosco ou vai descansar mais um pouco?
- Eu vou com vocês!

Deu um salto dá cama, pegou uma escova que jazia em cima do armário e passou nos cabelos negros arrumando-os para traz.

-Estou pronto, vamos!

Neste instante a Sr.Ivone entra no quarto.

- Vamos, Ana.
- Vamos sim, Ivone; o Max vai conosco.
- Ta certo pois umbora logo que a comida vai esfriar. - Sua animação resplandecia no rosto juvenil.

Chegando ao local desejado dona Inove procura saber em qual apartamento estar o filho.A atendente informa:

- O Sr. Felipe Moura, estaá no departamento X, quarto “760”.
- Obrigada.

Subiram pelo elevador panorâmico chegando até o departamento X, Ivone propôs que cada um se separasse afim de encontrar mais rápido o quarto e quando alguém encontrasse telefonava um para o outro. Todos concordaram e iniciou-se a busca. Max zarpou pela direita, dona Ana e Ivone foram juntas pelo corredor oposto. No percurso tomado por Max passou uma enfermeira que logo despertou a luxúria no corpo juvenil do garoto. Loira, com uns belos pares de seios, um corpo escultural, a mulher que sempre imaginou em vários de seus inúmeros sonhos eróticos. Fitou-a com uma maledicência no olhar febril.

- Você poderia me informar aonde é o quarto “X-760”?
- Claro Sr., caminhe mais três portas e dobre a esquerda é o primeiro quarto que virá.
- Obrigado.
- De nada Sr.

Max acompanhou a saída da enfermeira com os olhos fixados na parte de traz da moça que regia uma orquestra aos seus olhos com movimentos de sobe e desce que himpinotizaram sua atenção por alguns minutos. Assim que a silhueta tentadora daquela moça sumiu no horizonte dos corredores, voltou a caminhar como ela havia lhe indicado. Dobrou a esquerda, logo após as três portas e avistou o quarto com a letra X e o número 760 como tinha informado a atendente. Pôs a mão na maçaneta e....


(Luiz Felipe de Castro)
Agora é contigo Jonnas!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Cap. 3 - Lábios de Espuma

Desde a infância Lipe e Max sempre foram muito unidos. Gostavam de fazer as mesma coisas, ouviam as mesmas músicas, assistiam, comentavam e abusavam os mesmos filmes, no entanto, havia uma sultil diferença entre ambos. Ali, sentindo o vento cortar-lhe o corpo e a fome cortar-lhe o estômago, Max via o quanto era diferente de Lipe. E como... Lipe, um cara de belas feições, um conquistador nato, rico, inteligente. Max, não era um Brad Pitty, digamos assim, sempre se virava no papo, tinha uma boa lábia, era o melhor amigo do número um da sua classe e talvez por isso nunca tinha sido um aluno tão ruim; tinha uma vida boa financeiramente, mas, se comparada com a de Lipe, era uma miséria. Max se perguntava: Como viramos melhores amigos? Não se lembrava nem como haviam virado amigos. Por um momento, em plena Frei Serafim, no meio-fio largo e cheio de transeuntes caminhando pra lá e pra cá, indo almoçar e ver suas famílias ou voltando do almoço, indo trabalhar, Max olhou para o rosto de Lipe. Os cabelos negros esvoaçavam pra trás com o vento, a alegria refletia-se em seu rosto jovial, era o melhor amigo que alguém poderia ter, pelo menos era assim que Max pensava.
- Quer ir almoçar lá em casa? - O grito de Lipe foi tão repentino que Max, que estava absorto em pensamentos e olhando pro amigo pensativo, levou um susto e caiu batendo em um pedestre que passava. A bicicleta saiu ralando o chão e produzindo faíscas e o acidente logo atraiu várias pessoas. Lipe pulou da bicicleta e saiu coreendo em direção ao amigo. A queda foi muito feia, mas isso não era o pior. Um garoto alto e musculoso levantou-se furioso do chão. Rafael voou direto em cima de Max e começou a esmurrá-lo com violência. Lipe não pensou duas vezes, e arrancou com uma força que ele mesmo desconhecia Rafael de cima de Max, que agora já estava inconsciente.
- Agora só estão vocês dois não é maricas? O que vocês pensaram? Que poderiam me atropelar com a bicicletinha de vocês depois de ter me humilhado na quadra e ficar por assim mesmo? - gritou com uma voracidade gigantesca Rafael. Lipe não via como iria se safar daquela enrrascada. Teria que brigar com o desafiante. Teria que apanhar.
Por um momento vacilou entre correr ou ficar, mas mesmo sabendo que o valentão não iria fazer nada mais com Max em meio aquele monte de gente que já havia se acumulado ora, preferiu ficar. E agiu rápido. Com uma velocidade feroz atacou seu rival socando-o. Para sua surpresa, a de Lipe, seu soco havia sido certeiro, bem no meio da cara de Refael, que caiu no chão urrando de dor. Neste momento um grupo de pessoas segurou Lipe com força impedindo-o de continuar a briga, apartando. Ele olhou para Max que ainda jazia inconsciente no chão e ficou com mais raiva ainda; conseguiu se livrar daquelas mãos que o seguravam e pulou em cima em cima do rival, que ainda estava no chão. Com o murro que havia dado em Rafael, Lipe ganhou uma certa confiança e agora estava muito mais feroz, achando até mesmo que conseguiria vencer aquele combate. Não por ele, mas por Max. Entretanto, foi lembrado da pior forma que Rafael tinha músculos e que estes serviam para algo. Principamente para bater. Levou um soco feroz do adversário e daí em diante não se lembrou de mais nada.

Letícia estava linda, mesmo naquela horrível farda azul e branca. E ela se aproximava com uma graciosidade que nem mesmo o mais lindo dos cisnes conseguiria imitar. Seus cabelos castanhos esvoaçavam de forma magnífica, como ondas no mar. O corpo parecia ter sido esculpido por um artista que até mesmo Michelangelo chamaria de mestre. E seu rosto era como o mais lindo de todos os anjos do céu. Os olhos verdes folha, profundos, alegres e contagiantes. Tinha um sorriso invejável, com um brilho intenso que nem mesmo um estrela poderia emitir. Os lábios eram desejados por todos os homens que um dia já os viram. Falou. Ou melhor, cantou. Sua voz fazia até mesmo os surdos se alegrarem.
- Max, estava com saudades.
E o beijou. Mas neste momento Max percebe que seus lábios tinham uma textura um tanto estranha. Parecia que ele estava beijando espuma. Mas, era um sonho, afinal.Max acorda suavimente, beijando o travesseiro. Por um momento fica com a cabeça no travesseiro tranqüilo, até que tenta lembrar como havia parado ali. Senta-se bruscamente e sente uma dor enorme na cabeça.
- Aaaaaiiiii!!!! - urra de dor.
- Calma, calma, senta aí vai. - disse uma voz suave.
- Mãe? Que foi que aconteceu?
- Não lembra de nada? - perguntou com suavidade dona Ana.
Max esforçou-se um pouco e de supetão toda memória veio-lhe a cabeça.
- Que aconteceu com o Lipe? Ele tá bem? E aquele menino nojento, o Rafael? Ele pelo menos quebrou um braço? CADÊ O LIPE?
Max olhou em volta e viu que não estava em casa. Estava num quarto bem arrumado, com tudo que um garoto poderia desejar. Uma grande TV de plasma em cima de um bonito móvel bem acabado, onde também estava um videogame, um aparelho de DVD, centenas de Cds e DVDs, um aparelho de som; mais no canto do grande quarto havia um belo computador, preto, com um grande monitor. Ao lado, uma caixa de som e uma guitarra linda, o sonho de Max. E ele logo reconheceu aquele lugar: era o quarto de Lipe. Mas ele não estava lá.
- Bom, como você já deve ter se lembrado, vocês dois arrumaram briga na Frei Serafim com uma garoto quatro vezes maior que vocês. Você logo caiu no chão, mas, segundo dizem, o Lipe tentou lutar. No começo ele conseguiu socar o menino, mas depois o menino pegou o Lipe e começou a espancar ele - a mãe de Max começou a chorar - até que seguraram ele. O Lipe ficou inconsciente. E levaram você e ele pro hospital. Você logo saiu, não estava tão mal. Mas o Lipe ainda está lá. A dona Ivone - mãe de Lipe - insistiu que você ficasse aqui, onde é mais confortável. E ele ó vai sair quarta.
- Que dia é hoje? - Max tinha perguntas mais interessantes a fazer para sua mãe, mas sabia que ela estava num estado muito fragilizado
- Segunda.
- Eu dormi desde ontem na hora do almoço?
- Sim. Como vocês foram se meter com um garoto daqueles?
- Ele tinha ido nos incomodar na 25Bc aí agente botou ele pra correr, só que na volta ele aparceu e eu acabei batendo nele com a bicicleta. Aaaii! Ainda dói muito
Então vá descansar... - falou com apreensão dona Ana, que saiu do quarto.
Max não iria descansar tão cedo.

(Jonnas P. Silva)
Continua aí Lipe... Você pediu um texto mais profundo, né? Tá aí...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cap. 2 - Surpresa Desagradável (continuação)

Felipe aproxima-se com sua “monark 10” seguido logo atrás por Max na bicicleta emprestada do colega.Algo de estranho se passava alí,Guilherme nunca franzia a sobrancelha daquele modo se não estivesse irritado com algo.Lipe logo percebeu isso.Estacionou de qualquer jeito a “bike” no chão e foi ao encontro do amigo.

-Algum problema aí Guilherme?
-E aí Felipe, esse cara aqui não ta querendo sair da quadra pra nós jogar.
-Por que?
-Acho que ele ta afim de arranjar problemas!

Nesse momento o antipático garoto se pronunciou.

-Meu irmão essa quadra é minha.Jogo nela todos os dias,se quiserem jogar tem que me botar no time!Se não ninguém joga,ta ligado!

Gui já estava de nervos esquentados e a qualquer momento partiria para cima de Rafael,ele não é muito do diálogo resolve as coisas com praticidade e se preciso fosse compraria uma briga com aquele sujeito.
Max observava tudo com um olhar cirúrgico a situação, sabia do comportamento explosivo do amigo porém não se preocupava com ele,brigar nunca foi problemas para Gui já até integrou a equipe de judô do colégio a nível nacional.No entanto não confiava naquele individuo,o que levaria um garoto ser tão intrometido e arrogante aponto de envolver-se em confusões?Só poderia ter certeza da vitória.E isso o preocupava.

Guilherme não agüentou os insultos proferidos.Empurrou de forma violenta Rafael que tombou alguns metros.Quando ele já se levantava enfurecido a revidar.A galera da sala de Felipe chega em peso,ocupando os espaços vazios da quadra.Rafael ensandecido fala:

- Isso não vai ficar assim!

O rapaz zarpa na direção diagonal a quadra correndo no calçadão em frente ao quartel,rapidamente some em uma das curvas da pista de caminhada.Max levanta da posição inerte que se encontrava a observar tudo e diz:

- Guilherme cara!Tu não sabe com quem ta comprando briga,vai que esse cara é um mal elemento,um ladrão!
- Que nada Max, deixa de ser besta!Esse otário não passa de um “afobadinho” metido a valentão.
Felipe do nada solta um grito que assusta os seus colegas.

- Ahhhh! Vamo jogar!!!

Todos riram do modo inusitado e bem humorado que Lipe falou,ele fez aquilo de propósito para quebrar o clima pesado se jazia ali.Os demais colegas recém chegados foram logo formando o time,chamaram Max para ocupar o gol e Felipe o “perna de pau” pra ficar na zaga,Guilherme o craque do time no ataque e mais dois caras para completar o time.
Jogaram um bom tempo entre vitórias e derrotas mais derrotas que vitórias na verdade. Max agarrava o que podia mas Felipe não cortava uma bola na zaga e sempre sobrava pro goleirão .A fome e o calor já os incomodavam, estava na hora de parar.Eles se despediram dos demais amigos e partiram de bicicleta do mesmo modo que vieram,atravessaram a Frei Serafim e cada um tomou seu devido curso.



(Luiz Felipe de Castro)
Continua jonas...

domingo, 27 de janeiro de 2008

Cap. 2 - Surpresa desagradável

Max seguia seu curso, isto é, se houvesse de fato um. Era um garoto muito "do agora". Não planejava as suas coisas, somente deixava acontecer.
Agora a casa de Felipe não estava longe; há alguns dias ele estava pensando em visitar seu amigo que havia chegado semana passada de um passeio a "Disney" durante as férias. Um portão verde com uma calçada gramada estava a dois quarteirões e mesmo assim já podia-se ver.
Felipe era um garoto rico e surpreendentemente simples. Estudava na mesma escola que Max em Teresina, o C. S. C. J., no entanto, era extremamente imprevisível. Pelo menos era assim que Max o via.
Dlim Dom!!
A campainha era famosa para os ouvidos de Max, e logo após, não menos famosa, uma voz do interfone saiu:
- Quem é?
- Abre aí, Lipe. É o Max.
- Tô indo...
Eis que o portão se abre e dele sai um garoto magro, branco, de belas feições, olhos vivos e castanhos, cabelos negros como a armação de seu óculos e espalhados por sobre o rosto.
- Entra aí... - disse Lipe.
Uma casa grande. Max entrou e se sentou no confortável sofá.
- Como foi de férias? - Max perguntou
- A Disney é simplesmente demais, mas depois eu te conto. Tô morrendo de vontade de jogar bola. Quer ir comigo? Pedi pro Guilherme chamar os caras pra gente ir lá pro 25Bc.
Instantaneamente Max levantou do sofá.
- Vamos!

Guilherme já estava impaciente. Havia chamado todo o pessoal da classe. Quando, de repente, chega alguém inesperado. Um garoto alto, cabelos negros e expessos, forte e musculoso.
- O que os maricas estão armando aí? - perguntou Rafael.
- Tamo esperando uns caras pra jogar bola. - Gui respondeu com um certo tom de intolerância.
- Quem?
- O Lipe e o Max. Foi mal, cara, mas nós não temos mais vagas nos times, então você não vai poder jogar!
Rafael ri.
- E se alguém não puder jogar?
Nesse momento, de bicicleta, chegam Lipe e Max.

(Jonnas P. Silva)
Vai Felipe...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Cap. 1 - Fim das Férias

Fim de férias e como todo estudante vem áquelas novas expectativas para o começo das aulas.Vagueiam pelo seu cérebro vários pensamentos.Como será a nova sala?Quem será os novos amigos?Quantas gatinhas para conquistar?Mas instantaneamente revolve a mente os cálculos intermináveis, as formulas conturbadas,noites mal dormidas e apaziguam a agitada perspectiva que acabara de jazer.

Maximillian,vai cursar o segundo ano do ensino médio,no seu quarto resquícios da adolescência que floresce como brasa ardente.O violão encostado na cabeceira da cama, um pôster da "playboy" na parede paralela ao dormitório,o par de tênis embaixo da cama,entre outras insígnias da juventude.Os hormônios a flor da pele transparecem no rosto bombardeado de espinhas que persistem a não desaparecer.

Falta somete um dia para o inicio do ano letivo, e em Teresina como sempre o sol arde enfurecido num límpido céu azul com pouquíssimas nuvens espessas.Naquela manhã tudo era tão normal,fora o fato que antecedia menos de 24h para o ínicio do primeiro semestre.Max, como era chamado por todos desceu do quarto e passando pela sala foi interrompido pela sua mãe.

- Vai aonde Max?Já tomou café?
- Vou dá um rolé pela cidade, jogar bola no 25Bc , ir na casa de um amigo meu,ahhh mãe! vou dar uma volta por aí, amanhã começa as minhas aulas.Eu como qualquer coisa na rua.
- Espere!

Abriu a geladeira e retirou uma maçã,dona Ana é uma mãe muito cuidadosa apesar do tamanho do filho ainda o trata como o seu bebê.

- Coma isso!Volte logo para o almoço fiz aquele arrozinho que você adora.
- Tá bom mãe,Tchau!

Saiu correndo e nem fechou a porta da sala, sua mãe prevendo a atitude costumeira do filho, o acompanhou até a rua.Viu seus passos ao longe a silhueta do corpo,pensou consigo.Como o tempo passa rápido até um dia desses estava com esse garoto no colo,já vai fazer 17 anos e como ficou bonito,forte,alto.Marejou um pouco os olhos e voltou aos seus afazeres.

Alguns minutos se passaram até a saída do garoto,dona Ana limpava tudo com muito esmero,era nítido o brilho nos seus olhos,visivelmente nasceu para ser dona de casa.De repente a campainha tocou,Dlin Dlon!A senhora ao abrir a porta não avistou ninguém,estiou a cabeça de um lado ao outro mas seus olhos não captaram nada.Somente um envelope amarelado no chão,estranhou porque o carteiro não o deixou no porta cartas.Retirou os óculos de cima da televisão e percebeu que no pacote não havia selo dos correios,apenas letras recortadas de revistas com os seguintes dizeres:"Para Maximillian,Ass. X-760".Ana não entendeu nada do que seria aquele "X-760",mas conteve a curiosidade a abrir-lo, o colocou no pé da escada,assim que Max chegasse o notaria.



Luiz Felipe de Castro
continua jonas...