quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Cap. 8 - Volta as Aulas

Em casa, Max descansa no conforto do seu singelo quarto; na cabeça, as lembranças cálidas de Letícia, como estaria ela agora? Pudera se lembrar com todos os detalhes o último beijo, as palavras professadas, e aquela “desgraçada”campainha do recreio acabando o momento. Porém tudo que desejava agora era ouvi-la novamente. A ansiedade pungia na sua mente. Já tinha perdido um dia, amanhã como sem falta voltaria ao ar “imaculado” do C.S.C.J., isto é, se não acontecesse mais nenhum imprevisto. Direcionou o olhar para seu violão encostado na cama, como havia deixado desde que saiu. Aquela cor negra contrastando com as cordas de aço brilhantes, em uma posição diagonal a que jazia seu corpo. Era como se o instrumento falasse, pedisse:
“Me toca, por favor!”.
Ele não poderia recusar aquele “sacrificante” pedido. Começou a dedilhar alguns acordes e solfejar com os lábios entreabertos uma canção dos “Engenheiros do Hawai”, era algo bem romântico e melancólico aos seus ouvidos, que mais uma vez fizeram-no retinir a mente a imagem de Letícia, numa sinestesia com o violão. O encontro dos lábios fugazmente refugiados nas almas, o gélido corpo envolvido no cálido sorriso abstrato do seu coração. O bombardeio de emoções e frívolas certeza adornavam seu ser. A música dos “Engenheiros” inspirou sua vocação poética, que se encontrava bem florescida ao meio das contradições do amor. Soltou seu instrumento e apanhou caderno e caneta na estante, a tinta fervia, borbulhava os versos repletos de emoção. Ao terminar o simplório poema o leu pra si mesmo.

"Não adianta mais eu tentar te esquecer,
É inevitável como o sol que me faz te ver.
As lembranças estáticas a memória
As palavras que sucedem o beijo a qualquer hora
Vão me fazer lembrar de você,
Como o poeta a sua poesia,
Como o calor a luz do dia.
Eu te quero do jeito que você é
Com todos os defeitos me olhando de qualquer jeito.
É inevitável pra mim,já que o destino quis assim
Eu nada posso fazer.
É inevitável como o mar ao luar,
A canção a se cantar,
Eu a te amar.
É inevitável como versos a poesia,
Letra a melodia
Eu e você a qualquer dia".

Viu que daqueles versos sairia uma ótima musica, pegou o violão e fez rapidamente a melodia. Estava pronta a sua mais nova musica; se intitularia "Inevitável". Mostraria a Letícia quando tivesse oportunidade.
Os debaneios foram quebrados de repente quando dona Ana entra no quarto fugazmente com um ar de espanto e conforto.

- Max, tenho uma ótima notícia. O Lipe recebeu alta agorinha! A Ivone me disse que ele está ótimo.
- Mas assim tão rápido? Como pode?
- Ivone também está impressionada, o estado dele era bem pior que o seu, nem os médicos sabem explicar, mas ele está super bem.
- Ele vai pro colégio amanhã?
- Meu filho, acho que sim.
- Vou já ligar pra ele.
- Liga mais tarde eles devem estar jantando agora, aliás já coloquei seu prato na mesa desce logo. - Ta bom mãe, só vou terminar umas coisas aqui.

A sua mãe retirou-se do quarto e momentos depois ele desceu. Degustou o delicioso jantar caseiro, com o aprazível tempero de Ana. Quando terminou já eram 8:30, foi se deitar e relaxar os músculos daquele estressante dia.
“Triiiiiiiiiiiiiiiinn”.O despertador soava agoniado no seu ouvido. Olhou para as horas, já estava na hora de se levantar. O primeiro dia de aula para ele, tomou banho, vestiu a camisa branca com calça azul, tradicionalmente, às normas do Colégio das Irmãs. Engoliu o café com leite e torradas como tinha preparado sua mãe.Um beijo no rosto e despediu-se de dona Ana. Naquela manhã tudo era tão calmo, a brisa fresca a corta-lhe o rosto, os transeuntes ao seu redor, todos dirigindo-se aos seus devidos destinos. Cumprimentou o segurança na entrada principal do colégio, no entanto ele não respondeu nada. Como sempre fazia,Max pôs primeiro o pé direito no chão da escola. Pronto, estava novamente às aulas. Todos conversavam no pátio lotado, ele logo avistou Felipe e Guilherme lá encostados na trave.

(Luiz Felipe de Castro)
Pronto Jonas, ta aí.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Cap. 7 - "Depois eu te conto" (revisto e corrigido)

-Mãe, antes de mais nada eu queria que a gente conversasse lá dentro mesmo. É que o Felipe faz parte da história. - tudo fazia parte do seu plano.
- Mas ele tá almoçando, filho. Você não pode me explicar aqui mesmo? Ou você está é contando com ele pra algum plano escapatório? - D. Ana conhecia seu filho como a palma da mão...
- Que é isso mãe? É que eu preciso saber se posso contar. É algo meio secreto...
- Então okay...
Entraram e Lipe instantanemente olhou para Max. Os olhares cruzaram-se de forma que parecia que Max estava dizendo "Tô lascado, me salva!".
- Lipe, eu tava conversando com a mãe e ela aquela quer saber do negócio do envelope e tudo o mais, eu queria saber se posso contar sobre tudo...
- Ééééé... Hum... - a perplexiadade invadia a cabeça de Lipe, mas sabia que tinha que salvar o amigo - Claro.
A situação agora era bem mais complicada do que Max hvia imaginado, mesmo que já tivesse planejado o que dizer desde o momento em que percebeu que não iria se safar. No entanto, ninguém estava mais surpreso naquele quarto hospitalar do que o próprio Felipe. A idéia a princípio parecia meio maluca na cabeça de Max, mas ele sabia que seu amigo, mesmo sem entender nada, não iria deixá-lo na mão.
- Foi o Lipe que me entregou ontem pela manhã. - afirmou vacilante Max.
- Foi?... - Lipe, que estava mastigando engasgou e cuspiu no prato.
- Quando? Ele pegou o envelope lá em casa? Ontem eu passei a manhã inteira cozinhando, nem sai! - a complexidade mista com desconfiança transparecia no rosto meigo de dona Ana.
- É... - Lipe até tentou, mas Max o interrompeu.
- É que ele conseguiu uma coisa que eu pedi pra ele na internet, aí ele me mandou, só que eu num tava lá. Aí quando eu fui na casa dele ele me entregou.
- E porque está escrito "Ass.: Y-760" sei lá, "Z"...
- É X... e... e... - mas o "e..." não teve continuação. Max não sabia como sair dessa. "Porque X-760"?
- Porque é assim que nós nos chamamos. É como se fosse um código secreto sabe d. Ana? Coisa de menino. Mas a gente se chama desde pequeno... - A resposta de Lipe aliviou Max de uma forma espetacular; Max sempre diz que se não fosse por Lipe nas horas difíceis ele já teria morrido.
- E como vocês chamam o Max? - d. Ana ficou curiosa.
Max e Lipe se olharam de forma um pouco estranha.
- Greyback! - Lipe disse. Tirou o nome de um personagem de Harry Potter, livro que por sinal ele adorava.
- E de onde vem? E porque não é uma letra e um número? - mais uma vez d. Ana.
- Isso agente não pode dizer... - falou Max já angustiado pensando que isso não iria acabar nunca. - Sei... Então tá. Max, temos que ir. Já são quase doze horas e você tem que almoçar. Lembre-se que você está fraco e tem que comer muito, bebê.
Max estava tão feliz por tudo ter acabado que nem ligou por sua mãe ter lhe chamado de "bebê".
- Tá bom, mas eu nem posso conversar com o Lipe mais um pouco?
- Ele também vai descansar agora, além de fazer uns exames então eu acho que não vai dar não Max. Sinto muito - finalmente d. Ivone se pronunciou.
- Aaaaaahhhh. Mãe mas é um minutinho. Tenho certeza que nós não vamos morrer por isso. - Lipe falou com um desdém que convenceria qualquer mãe na face da terra. Exceto uma.
- Sem "mas"! Você não está em condições de decidir o que quer, garoto. - Falou com grande autoritarismo d. Ivone.
- Vamos, Max. Tchau Ivone! Boa recuperação Felipe! Amanhã o Max vem aqui.
- Tchau Ana. O Lipe só pode ser visitado das 14:30 às 16:00, ok? - Falou animada d. Ivone.
- Então vamos. Se despede do Lipe, Max.
- Falou cara. - Max sabia que Lipe queria informações e que estava muito curioso para esclarecer o que havia acontecido. Mas naquele momento sabia que não podia falar.
- Falou. - Era nítida a sensação de insatisfastez nas suas belas feições.
D. Ana abriu a porta e saiu acompanhada logo atrás por seu filho, que antes de sair olhou pro rosto do amigo, ainda perplexo, e fez um gesto com os lábios:
"Depois eu te conto"...

(Jonnas P. Silva)
Pronto. Corrigido. Desculpas sinceras. Obrigado à quem comenta e lê nosso simplório romance, mesmo estes sendo poucos... Valeu mesmo... Ah, e Lipe, tá na hora do C. S. C. J....

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Cap. 6- Resposta Impertinente

Filipe olhou fixamente para os olhos de Max, eles pareciam não acreditar no que viam, a perplexidade na face branca do rosto do amigo faziam crer que aquilo que lia fosse algo terrível,será algum diagnóstico médico?Ele estaria condenado a alguma patologia desgraçada?Achou melhor elucidar logo aquela questão.

- O que foi Max?

O garoto ali no chão não respondeu nada,estava ludibriado com tudo aquilo,em estado de choque é a expressão certa para aquela situação.Os olhos não acreditavam no que haviam visto,a realidade parecia estar longe de tudo aquilo, mas sabia que não se tratara de um sonho.Beliscou-se e a dor pungente chegou as carnes ainda tremulas e frias.Então Lipe refez o chamado.

- Max!!! Responde!

- Feeeliiiipee....- Max engasgadamente respondeu.

-­­O que há contigo?O que está lendo?

-Se eu te contar não vai acreditar.

Nesse instante entra no quarto dona Ana e Ivone com o almoço do filho.Max imediatamente esconde o papel negro o qual estava lendo dentro da cueca.Mas esquece de esconder o envelope amarelado que jazia no chão alvo do quarto.

- Max, como esse envelope amarelo chegou até aqui?- indaga sua mãe.

Se ele contasse a verdade com certeza elas não acreditariam .Achariam que o murro que tinha levado afetou algum lugar do seu cérebro.Mas como sair daquela enrascada?Como ele poderia explicar? Dona Ana continua:

- Esse mesmo embrulho chegou ontem pra você quando tinha acabado de sair pra casa do Felipe.Mas como chegou até aqui?Eu não me lembro de ter trazido nada quando vim aqui da outra vez com Ivone ,socorrendo vocês daquela briga.

Felipe sem entender nada ainda,percebeu a frustração do amigo a responder aquela pergunta.Interrompendo a fala de dona Ana dirige-se a sua mãe.

- Mãe,ta trazendo minha comida?tou morrendo de fome,essa comida de hospital é péssima.

- Estou sim meu filho.Ta aqui na marmita,coma logo senão vai esfriar.Ana,pede a uma enfermeira um prato e talheres.

- Ta ok,-Ana respondeu e saiu do quarto a procura da enfermeira.Nesse momento Ivone indaga a Max.

- Max, porque não telefonou pra min como agente tinha combinado?

- Eu me esqueci tia,foi mal.

- Tudo bem rapaz,que envelope é esse que sua mãe tinha falado?

Agora se via de novo atormentado pela aquela pergunta, tinha que pensar logo em uma boa mentira, pois não iriam deixa-lo em paz enquanto não respondesse aquele questionamento intrigante aos que jaziam ali, e principalmente a ele.Pensou consigo,já sei!

- Aquele envelope é....

Chegou a enfermeira a qual tinha despertado a insanidade sexual em sua mente juvenil.Trazendo o prato e talheres.Os olhos quais estavam voltados pra Sr. Ivone,alteraram seu curso imergindo no corpo escultural daquela enfermeira.Aquela moça instigava seus instintos mais “sacanas” que ele próprio desconhecia tão vigoroso como estavam.Tinha que controlar-se afinal dona Ivone estava ali, não poderia parecer um maníaco sexual.A resposta ainda estava pendente,mas ele já sabia qual seria o contra-golpe perfeito.Recompôs-se dos seus impulsos hormonais,a enfermeira pôs-se para fora do quarto terminando o seu turno naquela tarde.Na inércia do movimento,Max já se via decidido a esvair aquela questão antes que lhe trazer-se demais complicações.De repente dona Ana entra no quarto com o Dr. Valter,já estava na hora de ver como o paciente reagia.Felipe já havia terminado vorazmente o prato de comida,isso é bom sinal observou o Dr.Valter caminhando até o enfermo.

- Como está se sentindo garotão.

- Tou bem melhor doutor,não sei o que foi mas quando acordei não senti mais nada.

- É mesmo?Vamos ver aqui.- Nesse momento o médico pegou um martelinho e golpeou contra a perna de Lipe.Ela imediatamente levantou-se.

- Senti alguma coisa aqui?

- Não, nadinha.- continuou os procedimentos adequados,até comprovar de fato que o rapaz não possuiria mas nenhuma fratura.Muito estranho porque ao que os raios X indicavam era para o garoto ainda estar com muita dor pelo o corpo.Devido as fraturas de vértebras e faciais.No entanto as aparências de Felipe não poderiam estarem em melhores condições.

Ana pede licença aos demais no quarto e curiosa como ela é chama o filho ao lado de fora do local.Max já sabia do que se tratava,e não tirava a razão da mãe em saber de onde surgiu aquela carta.Ele também não fazia idéia,porém já tinha tudo arquitetado do que dizer para a sua mãe.

Chegando ao lado de fora,dona Ana fita-o.

- Me diz agora de uma vez por todas de onde surgiu aquele envelope?





( Luiz Felipe de Castro)
ME DIZ AÍ JONAS! RSRSRSRSRSR...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Cap. 5 - Espada ocular

Pôs a mão na maçaneta e entrou. No entanto, Lipe não estava só. Lá estava também alguém, cujas feições eram estranhas para Max. Alguém o qual Max nunca tinha visto. Era, sem dúvida um sujeito estranho, com um olhar penetrante, olhos azuis, profundos. Vestia um blazer longo e inteiramente negro, ébano. Um chapel elegante cobria os fios brancos que ali e aqui escapavam das hastes do objeto negro. Tinha uma barba perfeitamente feita e alva como neve. Pelas feições, Max julgava que o senhor deveria ser velho, sem dúvida, o sulficiente para ser seu avô. Estava em pé olhando para Lipe com um afeto impressionante, semelhante ao afeto paterno. No entanto, quando Max entrou, seu olhar transformou-se em uma velocidade impressionante de afetuoso para duro, profundo, penetrante. Max ficou imóvel por muito tempo, olhando aqueles olhos. Que olhos. De repente, uma sensação estranha tomou conta dele. Um tipo de pudor misto com medo, um sentimento que o fazia querer desviar daquele olhar custe o que custasse. Sentia um dor enorme em persistir, mas não queria perder. Estava o dilacerando por dentro. Era como se cada pedaço do seu corpo fosse incendiado em um fogo infernal e que a única parte à salvo fossem seus nervos, os quais lhe asseguravam sentir a máxima dor possível. Duas espadas de diamante saiam daqueles malditos olhos e atravessavam Max milhões de vezes seguidas, indo e voltando, sempre no centro, no coração. Aquele olhar o queria vencer, queria que ele desviasse. No entanto, Max queria ficar e insistir, não iria desviar, não, nunca! Não seria tão fácil assim, ele iria ganhar, mas a dor se tornara mortal e Max viu que se permanecesse mais poderia sofrer muitas sequelas. Finalmente Max não agüentou mais e devido ao grande esforço caiu no chão. Sem ruídos. Sentiu-se bem melhor no instante em que desviou daquele olhar cruél e penetrante. Sentiu que um fardo enorme havia sido tirado de suas costas.
- Bravo. - A voz daquele homem ressoôu como o canto mais grave de um leão, não menos impressionante que seu olhar, no entanto, agora confortava o coração de Max, que levantou-se rapidamente. - O jovem Maxmillian, suponho.
- Sim, sou eu. - Max respondeu ofegante. No entanto, ao se levantar, vê que em lugar do homem que outrora encontrava-se ali, havia uma carta. Um envelope negro sem selos onde havia escrito
"Para Maximillian, Ass.: X-760" em letras recortadas de revistas. Max o abriu e eis que nele havia escrito as seguintes palavras:
Morte e Glória infinitos, a granel
Lhe procurar vão e o encontrarão
Estrelas iluminam seu pomposo céu
Espinhos cobrem seu amargo chão

Aquele cuja sua corajem ousou
Provar para protejer alguém
Vai lamentar o quanto durou
E se vangloriar por estar sem

Laços unem seus sombrios caminhos
Transparentes como aguás de véus marinhos
Espadas longas e agudas irão cortá-los
E, para sempre, na escuridão aprisioná-los

Morte e Glória infinitas, a granel
Lhe procurar vão e o encontrarão...

1S13M5I8N2O8R3N21

Neste momento Lipe acorda de um sono agitado e encontra Max a sua frente. Sente uma grande sensação de felicidade por seu amigo estar com ele naquele momento, entretanto, de súbito, percebe que seu amigo está ajoelhado no chão lendo uma folha negra com uma expressão facial perplexa, quase que como se seu amigo tivesse sido sugado de toda sua energia e coragem, além da cor, pois ele estava branco de uma forma que Lipe nunca havia visto...

(Jonnas P. Silva)
Agora eu quero ver o que é que tu vai fazer com essa sua carta...
Kkkkk



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Cap. 4 - Estranha Coincidência

Já era segunda feira, Max acabara de lembrar que as aulas já tinham começado; estava ansioso para voltar logo ao colégio, apesar dos pesares, adorava aquela escola. Dona Ana havia se retirado do quarto de Felipe para o filho descansar, no entanto tinha muitas coisas com que se entreter naquele local que mais parecia um sonho semelhante ao que acabara de ter com Letícia; fazia um bom tempo que eles não se viam; mais precisamente um mês desde que entraram de férias.Tentou ligar pra ela várias vezes, mas o seu celular só podia estar com algum problema, pois sempre encontrava-se desligado. Porém amanhã tudo se resolveria, iriam se ver no recreio e se ela lembrasse que aquele dia era ,o seu aniversário ganharia um presente que só ele poderia imaginar. Na cabeça também revolvia a lembrança de Lipe, como estaria o amigo?Assim que melhorasse iria visitá-lo no hospital.

Tentou se levantar, mas as dores de cabeça ainda persistiam em incomodar. Sabia um jeito de sanar aquele infortúnio: só tocando o seu violão. Como não o tinha em mãos, voltou o olhar ainda taciturno para aquela “Ibanez” alve-rubra em cima do pedestal. Assim que colocou os dedos nas cordas novinhas sentiu uma leve melhora; um som metálico furioso “truou” da caixa de som. Testou o pedal de distorção que estava no chão e fez um solo de uma musica do “Iron Maiden”, a que ele mais gostava, “The Trooper”. O som contagiante logo propagou-se por todo o quarto atingindo rapidamente a casa. Dona Ana entra rapidamente no quarto e assutada fala com o filho:

- Max! Pare com isso, você não estar em casa.
- Desculpa mãe, é que me empolguei um pouco, essa guitarra é muito massa.
- Tudo bem meu filho. A mãe do Lipe quer levar o almoço dele no hospital, ela me convidou para ir, você quer ir conosco ou vai descansar mais um pouco?
- Eu vou com vocês!

Deu um salto dá cama, pegou uma escova que jazia em cima do armário e passou nos cabelos negros arrumando-os para traz.

-Estou pronto, vamos!

Neste instante a Sr.Ivone entra no quarto.

- Vamos, Ana.
- Vamos sim, Ivone; o Max vai conosco.
- Ta certo pois umbora logo que a comida vai esfriar. - Sua animação resplandecia no rosto juvenil.

Chegando ao local desejado dona Inove procura saber em qual apartamento estar o filho.A atendente informa:

- O Sr. Felipe Moura, estaá no departamento X, quarto “760”.
- Obrigada.

Subiram pelo elevador panorâmico chegando até o departamento X, Ivone propôs que cada um se separasse afim de encontrar mais rápido o quarto e quando alguém encontrasse telefonava um para o outro. Todos concordaram e iniciou-se a busca. Max zarpou pela direita, dona Ana e Ivone foram juntas pelo corredor oposto. No percurso tomado por Max passou uma enfermeira que logo despertou a luxúria no corpo juvenil do garoto. Loira, com uns belos pares de seios, um corpo escultural, a mulher que sempre imaginou em vários de seus inúmeros sonhos eróticos. Fitou-a com uma maledicência no olhar febril.

- Você poderia me informar aonde é o quarto “X-760”?
- Claro Sr., caminhe mais três portas e dobre a esquerda é o primeiro quarto que virá.
- Obrigado.
- De nada Sr.

Max acompanhou a saída da enfermeira com os olhos fixados na parte de traz da moça que regia uma orquestra aos seus olhos com movimentos de sobe e desce que himpinotizaram sua atenção por alguns minutos. Assim que a silhueta tentadora daquela moça sumiu no horizonte dos corredores, voltou a caminhar como ela havia lhe indicado. Dobrou a esquerda, logo após as três portas e avistou o quarto com a letra X e o número 760 como tinha informado a atendente. Pôs a mão na maçaneta e....


(Luiz Felipe de Castro)
Agora é contigo Jonnas!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Cap. 3 - Lábios de Espuma

Desde a infância Lipe e Max sempre foram muito unidos. Gostavam de fazer as mesma coisas, ouviam as mesmas músicas, assistiam, comentavam e abusavam os mesmos filmes, no entanto, havia uma sultil diferença entre ambos. Ali, sentindo o vento cortar-lhe o corpo e a fome cortar-lhe o estômago, Max via o quanto era diferente de Lipe. E como... Lipe, um cara de belas feições, um conquistador nato, rico, inteligente. Max, não era um Brad Pitty, digamos assim, sempre se virava no papo, tinha uma boa lábia, era o melhor amigo do número um da sua classe e talvez por isso nunca tinha sido um aluno tão ruim; tinha uma vida boa financeiramente, mas, se comparada com a de Lipe, era uma miséria. Max se perguntava: Como viramos melhores amigos? Não se lembrava nem como haviam virado amigos. Por um momento, em plena Frei Serafim, no meio-fio largo e cheio de transeuntes caminhando pra lá e pra cá, indo almoçar e ver suas famílias ou voltando do almoço, indo trabalhar, Max olhou para o rosto de Lipe. Os cabelos negros esvoaçavam pra trás com o vento, a alegria refletia-se em seu rosto jovial, era o melhor amigo que alguém poderia ter, pelo menos era assim que Max pensava.
- Quer ir almoçar lá em casa? - O grito de Lipe foi tão repentino que Max, que estava absorto em pensamentos e olhando pro amigo pensativo, levou um susto e caiu batendo em um pedestre que passava. A bicicleta saiu ralando o chão e produzindo faíscas e o acidente logo atraiu várias pessoas. Lipe pulou da bicicleta e saiu coreendo em direção ao amigo. A queda foi muito feia, mas isso não era o pior. Um garoto alto e musculoso levantou-se furioso do chão. Rafael voou direto em cima de Max e começou a esmurrá-lo com violência. Lipe não pensou duas vezes, e arrancou com uma força que ele mesmo desconhecia Rafael de cima de Max, que agora já estava inconsciente.
- Agora só estão vocês dois não é maricas? O que vocês pensaram? Que poderiam me atropelar com a bicicletinha de vocês depois de ter me humilhado na quadra e ficar por assim mesmo? - gritou com uma voracidade gigantesca Rafael. Lipe não via como iria se safar daquela enrrascada. Teria que brigar com o desafiante. Teria que apanhar.
Por um momento vacilou entre correr ou ficar, mas mesmo sabendo que o valentão não iria fazer nada mais com Max em meio aquele monte de gente que já havia se acumulado ora, preferiu ficar. E agiu rápido. Com uma velocidade feroz atacou seu rival socando-o. Para sua surpresa, a de Lipe, seu soco havia sido certeiro, bem no meio da cara de Refael, que caiu no chão urrando de dor. Neste momento um grupo de pessoas segurou Lipe com força impedindo-o de continuar a briga, apartando. Ele olhou para Max que ainda jazia inconsciente no chão e ficou com mais raiva ainda; conseguiu se livrar daquelas mãos que o seguravam e pulou em cima em cima do rival, que ainda estava no chão. Com o murro que havia dado em Rafael, Lipe ganhou uma certa confiança e agora estava muito mais feroz, achando até mesmo que conseguiria vencer aquele combate. Não por ele, mas por Max. Entretanto, foi lembrado da pior forma que Rafael tinha músculos e que estes serviam para algo. Principamente para bater. Levou um soco feroz do adversário e daí em diante não se lembrou de mais nada.

Letícia estava linda, mesmo naquela horrível farda azul e branca. E ela se aproximava com uma graciosidade que nem mesmo o mais lindo dos cisnes conseguiria imitar. Seus cabelos castanhos esvoaçavam de forma magnífica, como ondas no mar. O corpo parecia ter sido esculpido por um artista que até mesmo Michelangelo chamaria de mestre. E seu rosto era como o mais lindo de todos os anjos do céu. Os olhos verdes folha, profundos, alegres e contagiantes. Tinha um sorriso invejável, com um brilho intenso que nem mesmo um estrela poderia emitir. Os lábios eram desejados por todos os homens que um dia já os viram. Falou. Ou melhor, cantou. Sua voz fazia até mesmo os surdos se alegrarem.
- Max, estava com saudades.
E o beijou. Mas neste momento Max percebe que seus lábios tinham uma textura um tanto estranha. Parecia que ele estava beijando espuma. Mas, era um sonho, afinal.Max acorda suavimente, beijando o travesseiro. Por um momento fica com a cabeça no travesseiro tranqüilo, até que tenta lembrar como havia parado ali. Senta-se bruscamente e sente uma dor enorme na cabeça.
- Aaaaaiiiii!!!! - urra de dor.
- Calma, calma, senta aí vai. - disse uma voz suave.
- Mãe? Que foi que aconteceu?
- Não lembra de nada? - perguntou com suavidade dona Ana.
Max esforçou-se um pouco e de supetão toda memória veio-lhe a cabeça.
- Que aconteceu com o Lipe? Ele tá bem? E aquele menino nojento, o Rafael? Ele pelo menos quebrou um braço? CADÊ O LIPE?
Max olhou em volta e viu que não estava em casa. Estava num quarto bem arrumado, com tudo que um garoto poderia desejar. Uma grande TV de plasma em cima de um bonito móvel bem acabado, onde também estava um videogame, um aparelho de DVD, centenas de Cds e DVDs, um aparelho de som; mais no canto do grande quarto havia um belo computador, preto, com um grande monitor. Ao lado, uma caixa de som e uma guitarra linda, o sonho de Max. E ele logo reconheceu aquele lugar: era o quarto de Lipe. Mas ele não estava lá.
- Bom, como você já deve ter se lembrado, vocês dois arrumaram briga na Frei Serafim com uma garoto quatro vezes maior que vocês. Você logo caiu no chão, mas, segundo dizem, o Lipe tentou lutar. No começo ele conseguiu socar o menino, mas depois o menino pegou o Lipe e começou a espancar ele - a mãe de Max começou a chorar - até que seguraram ele. O Lipe ficou inconsciente. E levaram você e ele pro hospital. Você logo saiu, não estava tão mal. Mas o Lipe ainda está lá. A dona Ivone - mãe de Lipe - insistiu que você ficasse aqui, onde é mais confortável. E ele ó vai sair quarta.
- Que dia é hoje? - Max tinha perguntas mais interessantes a fazer para sua mãe, mas sabia que ela estava num estado muito fragilizado
- Segunda.
- Eu dormi desde ontem na hora do almoço?
- Sim. Como vocês foram se meter com um garoto daqueles?
- Ele tinha ido nos incomodar na 25Bc aí agente botou ele pra correr, só que na volta ele aparceu e eu acabei batendo nele com a bicicleta. Aaaii! Ainda dói muito
Então vá descansar... - falou com apreensão dona Ana, que saiu do quarto.
Max não iria descansar tão cedo.

(Jonnas P. Silva)
Continua aí Lipe... Você pediu um texto mais profundo, né? Tá aí...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cap. 2 - Surpresa Desagradável (continuação)

Felipe aproxima-se com sua “monark 10” seguido logo atrás por Max na bicicleta emprestada do colega.Algo de estranho se passava alí,Guilherme nunca franzia a sobrancelha daquele modo se não estivesse irritado com algo.Lipe logo percebeu isso.Estacionou de qualquer jeito a “bike” no chão e foi ao encontro do amigo.

-Algum problema aí Guilherme?
-E aí Felipe, esse cara aqui não ta querendo sair da quadra pra nós jogar.
-Por que?
-Acho que ele ta afim de arranjar problemas!

Nesse momento o antipático garoto se pronunciou.

-Meu irmão essa quadra é minha.Jogo nela todos os dias,se quiserem jogar tem que me botar no time!Se não ninguém joga,ta ligado!

Gui já estava de nervos esquentados e a qualquer momento partiria para cima de Rafael,ele não é muito do diálogo resolve as coisas com praticidade e se preciso fosse compraria uma briga com aquele sujeito.
Max observava tudo com um olhar cirúrgico a situação, sabia do comportamento explosivo do amigo porém não se preocupava com ele,brigar nunca foi problemas para Gui já até integrou a equipe de judô do colégio a nível nacional.No entanto não confiava naquele individuo,o que levaria um garoto ser tão intrometido e arrogante aponto de envolver-se em confusões?Só poderia ter certeza da vitória.E isso o preocupava.

Guilherme não agüentou os insultos proferidos.Empurrou de forma violenta Rafael que tombou alguns metros.Quando ele já se levantava enfurecido a revidar.A galera da sala de Felipe chega em peso,ocupando os espaços vazios da quadra.Rafael ensandecido fala:

- Isso não vai ficar assim!

O rapaz zarpa na direção diagonal a quadra correndo no calçadão em frente ao quartel,rapidamente some em uma das curvas da pista de caminhada.Max levanta da posição inerte que se encontrava a observar tudo e diz:

- Guilherme cara!Tu não sabe com quem ta comprando briga,vai que esse cara é um mal elemento,um ladrão!
- Que nada Max, deixa de ser besta!Esse otário não passa de um “afobadinho” metido a valentão.
Felipe do nada solta um grito que assusta os seus colegas.

- Ahhhh! Vamo jogar!!!

Todos riram do modo inusitado e bem humorado que Lipe falou,ele fez aquilo de propósito para quebrar o clima pesado se jazia ali.Os demais colegas recém chegados foram logo formando o time,chamaram Max para ocupar o gol e Felipe o “perna de pau” pra ficar na zaga,Guilherme o craque do time no ataque e mais dois caras para completar o time.
Jogaram um bom tempo entre vitórias e derrotas mais derrotas que vitórias na verdade. Max agarrava o que podia mas Felipe não cortava uma bola na zaga e sempre sobrava pro goleirão .A fome e o calor já os incomodavam, estava na hora de parar.Eles se despediram dos demais amigos e partiram de bicicleta do mesmo modo que vieram,atravessaram a Frei Serafim e cada um tomou seu devido curso.



(Luiz Felipe de Castro)
Continua jonas...