sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Laura e o Olhos Pretos.

Mas o olhar durou pouco tempo, embora se possa sentir que é verdadeiramente intenso. Ele comprou um Jesus, que, aliás, é um dos mais deliciosos refrigerantes que já bebi. Uma coisa que eu não sabia é que vendia no Piauí; deve ser só naquele posto. Peguei minha coca, paguei e voltei pro carro. Mas na hora que eu saio vejo a minha irmã quase secando o olhos pretos. Por um segundo eu achei que ele estava correspondendo, mas acho que foi só impressão minha.
- Será que série ele vai fazer? - A Camila perguntou no carro.
- Ele quem?
- O cara que esbarrou comigo lá na escola.
- Sei lá. E se eu fosse você me preocuparia com outras coisas, porque já me disseram que a escola lá não é nada fácil, viu? Aliás, você já deu uma olhada nos livros que tu vai compar, na lista que eles deram?
- Eu não. Vô ficar olhando livro pra quê, me diz?! Papai! - A Camila gritou porque um ônibos quase raspa a lateral do carro, na avenida do colégio, acho que o nome é Frei Serafim. Nessa avenida só o que tem é ônibos. Papai ficou super assustado. Ultimamente ele tem estado assim. Desde São Luís ainda, desde que mamãe morreu. Agora anda distraido, não presta atenção ao que faz e por vezes já o vi tomando comprimidos em casa, que julgo ser calmantes. Tô muito preocupado, já falei até com a Camila sobre isso. Como a mamãe faz falta. A gente chorou muito a morte dela. Talvez eu nunca tivesse visto a Camila chorar tanto. E meu pai então... mas a vida continua.
A gente tava a caminho da livraria Piauiense, uma que fica quase em frente ao colégio. Eu vi o carinha de olhos pretos entrando; ele anda olhando bem na frente, de cabeça erguida. Isso na maioria das vezes mostra solidez, firmeza. Já estava quase que me acostumando com a presença dele nas nossas vidas, um verdadeiro exagero. É que fui com a cara dele.
Talvez Camila não tenha percebido, por isso não olhou. Ao entrarmos vi que ele foi direto pros livros de romance e pensamento. Engraçado que nessa época do ano é notável o fato de que o número desse tipo na livraria decresce muito. Talvez porque só o que vende são os didáticos, que além de ter grande demanda são de um preço assustador. O olhos pretos ficou lá olhando e olhando. Durou algum tempo olhando. Enquanto isso minha irmã e meu pai compravam os nossos, ela ainda não o tinha visto. Eu me aproximei dele, mas no mesmo momento ele saiu, sem ter me visto. Fez cara de que não encontrou o que queria e foi ver se estava em outra prateleira, acho eu. Camila e papai terminaram e foram pagar as coisas. Mas quando nós íamos saindo a Camila percebeu que havia esquecido a bolsa, que a gente tem que deixar na portaria quando entra. Na hora que ela se vira o olhos pretos tá saindo e aí esbarra nela violentamente fazendo ela e todas as coisas que ela segurava caírem no chão. Mas atrás dele saiu uma morena linda, que riu da situação e prendeu a minha atenção por uns cinco segundos, com aquela beleza de curvas e sorrisos. O olhos pretos só falou um "desculpa", mais claro dessa vez, e saiu caminhando rápido. A morena se dispôs a ajudar a Camila a apanhar as coisas e meu pai ficou falando de como as pessoas hoje em dia são mal educadas.
- Prazer, Carlos. - disse à morena.
- Prazer, Laura. Eu notei que ela tem quase os mesmos livros que eu usei ano passado, vocês são do Colégio das Irmãs?
- Não exatamente. A gente é lá de São Luís, viemos estudar aqui esse ano. Você estuda lá?
- Sim. Eu vou fazer o 2º ano que vem.
- Você quer dizer esse ano né?
- Ah é. Demora um pouquinho pra se acostumar, né? - Ela riu. Que sorriso. - Mas vocês vão fazer que série? Ela eu sei que é o 1º, pelos livros.
- Pois é, a Camila é o 1º e eu o 3º.
- Então tá. Até o 1º dia de aula então.
- Até.
Ela se foi. Fiquei num clima aéreo só por saber que ela ia estudar na mesma escola que eu. Laura, Laura...
E o olhos pretos? Por onde será que anda? E que série fará mesmo?
Bom, a gente foi pra casa, ainda dei uma acessada no computador. Precisava ver o meu orkut. A gente mora no 15º andar de um prédio perto de um shopping daqui, o Riverside. Só chamam mesmo de shopping porque os teresinenses não tem muito com o que comparar. O outro daqui, o Teresina Shopping, é uma versão mini dos de São Luís. Mas davam pro gasto, afinal, melhor do que nenhum. Além do Riverside, de lá de cima dava pra ver quase toda a cidade. Minha nova cidade. Saudades da Ilha do Amor. Saudades da mamãe.
Fui dormir.

Contigo Lipe.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Denovo!

Uffffa!Passei de ano.Aquela prova de “Fisico-Química” tava me tirando os nervos.Fui fazer minha matricula hoje, a irmã olhou-me com uns olhos de insanidade, como quem me acusasse por um crime.Só porque esqueci o dinheiro da matricula.O capitalismo atinge até as mais puras mentes clericais.Se é q existe pureza no catolicismo?Bom, isso é outro assunto.Olhei pra irmã evidenciando espanto.Tinha certeza que coloquei o dinheiro no meu bolso.Será que deixei-o cair em algum lugar? Sai meio constrangido da sala da diretoria e fugazmente desci as escadas, que ficam em frente a capela.Benzi-me três vezes.Livrei-me das catracas pela ânsia de chegar o mais rápido na minha casa, que ficava próximo ao colégio, sem querer esbarrei em uma garota que estava encostada na parede com uma cara qualquer.Não reparei bem no seu rosto.Instantaneamente esbocei minhas desculpas enrubescido.Continuei meu curso pensando no belo par de seios daquele garota.

Chegando em casa fui direto para meu quarto,o dinheiro da matricula estava bem encima da cama, como pude ter esquecido-o ali?.Deve ser os resquícios de stress com a físico-química.Voltei ao imaculado colégio.Fiz a bendita matrícula.E como ninguém é de ferro, fui até o posto comprar um refresco.Aquela correria toda secou minha garganta.Mas qual refri escolher?.Nesse instante um cara apareceu do meu lado como se quisesse um refresco também.Apressei-me do meu objetivo.Peguei um “Jesus”, que não é só pelo nome, mas é o mais santo refrigerante do mundo.Mata sede na mesma hora.Ao sair do posto avistei a menina a qual esbarrei.Estava encostada em um carro.Pelo jeito o homem no volante deveria ser seu pai.Aquelas belas cursas me deixaram alucinado.Não pude conter o olhar.Penetrei o brilho abrasador dos meus negros olhos nos seus.Que corresponderão imediatamente, olhei-a até atravessar a avenida.Segui meu curso.Mas uma idéia permeou minha mente.Dobrei a rua chegando numa livraria.Será que já chegou a coleção Freudiana de pensamentos?Perguntei a atendente que esboçou um sorriso de orelha a orelha.Apontou-me aonde estava os livros.Nossa!Tudo isso$?369 reais!Estava muito caro para o meu dinheiro de subordinado aos pais.Deixa pra lá.Quem sabe eu ganho no meu aniversário.Vou dar essa sugestão para minha mãe.Voltei ao meu curso.Abri a porta da livraria, ao projetar meu corpo para fora da loja.Taaapatuuu!Esbarrei novamente naquela garota que dessa vez caiu feio no chão.Deixando espalhar todo seus livros, cadernos, materiais escolares, que provavelmente estava comprando para o inicio do ano letivo.Mais uma vez meus lábios entreabriram-se expelindo enrubescidos desculpa.A menina levantou-se e...

Ass.Luiz Felipe Castro

Agora é contigo Jonnas!


Contigo Jonnas!

Cheguei ao Inferno.

Nossa doido, pense numa cidadezinha quente.
Cheguei ontem com papai e a Camila pra fazer a matrícula no colégio de freira. Sinceramente não sei porque eles foram me por logo nessa escola, pela TV daqui parece que um SINOPSE é bem melhor. Tinha um pessoal lá dentro fazendo matrícula também. Logo que eu cheguei soube de um carinha que não tinha passado no teste e voltou arrasado. Fiquei preocupado. Mas aí eu passei. Aliás, o teste não tava tão simples não. Tinha umas questão lá de assunto que eu nunca tinha visto na minha vida, o que deve acontecer com a maioria do pessoal que faz teste lá.
A gente achou que entrava pela frente do colégio, mas tem uns portões na lateral. Tive uma péssima impressão do colégio. Logo na entrada tem umas catraca que só serve pra atrapalhar. E o colégio é todo gradeado, parece uma cadeia bicho. Escadas e mais escadas parece que as irmãs não tem coragem de botar escada rolante de jeito nenhum. As quadras são no meio do sol quente. Um colégio que cobra R$450,00 por aluno e tem mais de 1000 alunos não cobre as quadras. Naum cheguei a subir nos outros andares. Na hora da saída taquei minha canela nos ferro que tem na calçada do colégio. A Camila faltou morrer de rir, mas aí tropeçou também e esbarrou num cara que tava saindo do colégio, provavelmente se matriculando também. O cara fez um ruído que parecia um "desculpa" e seguiu em frente; antes de drobrar a esquinha olhou de ponta do olho pra gente de novo, parece que ele se interessou pela Camila. Não fui bem com a cara dele. Mas a Camila parece que foi. "Que foi Camila? Tá olhando praquele cara por quê, hein?", perguntei. "Achei ele gato, Cadu!", falou sorrindo a engraçadinha. "Se o pai te pega falando isso eu num quero nem ver. Fica falando essas besteira aí, fica. Te cria menina!". Ela se ligou que o pai, que ainda tava lá dentro, já tava saindo, aí parou com as gracinhas.
A gente tava passando pela avenida que fica em frente ao colégio quando aconteceu um acidente atrás da gente, era umas quatro da tarde e os carros todos lá atrás começaram a parar. Ainda bem que a gente tava na frente. Foi um carro e uma moto. O cara da moto se esbagaçou todo e foi levado pro hospital. A gente viu pq na hora que aconteceu o acidente anda não tinha juntado tanta gente. Aliás, é incrível notar como nessas horas parece que as pessoas nascem do chão. E o cara do carro fugiu, o covarde. Ele passou por nós com o a frente estragada, então ele deve ter atropelado o motoqueiro. O pai pensou em seguir ele, mas não tinha gasolina o sulficiente e a gente teve que parar pra abastecer.
No posto tem uma loja de conveniências, aí eu fui comprar uma Coca pra mim. Quando eu chego lá tá o carinha branco que a gente viu lá na calçado do colégio. Ele tava tentando escolher alguma bebida pra tomar no refrigerador. Me aproximei aí ele deu uma olhada em mim. Os olhos dele eram pretos.

Contigo Lipe.

domingo, 18 de maio de 2008

O vidro

Aquele homem era um homem.
Aquela hora, ou a vida inteira, and nevermore. Contemplando ao fundo magnânimo a imensidão caótica de perdidos lumes, aquele homem percebe algo que jamais havia o feito: o mundo tem os seus olhos, seus ouvidos, a sua boca.
Era o décimo sétimo andar; estava diante do orbe lá de fora; mundo dos homens e de Deus. E só o que lhe separava naquele momento desse universo era um gigante pedaço de vidro, frágil e transparente. Abre a janela. O vento entra buscando preencher cada espaço vazio daquela sala, daquele homem. E era frio e o frio que fazia não era esse que a carne nos conforta. Cortava, seccionava. E o vento, maldito, trazia consigo todas os clamores e angústias daquele mundo cheio de ais. Gritos de socorro e de renúncia, nada de felicidade, só a morte e pirulitos de sangue.
Então, o homem sobe no parapeito da enorme janela e o vento em ascenção com ele. O suicídio é a saida. O sono é uma morte incompleta, a morte é o sono perfeito!
E por que não? O que ele teria a perder afinal?
A vida só lhe trazia tragédias. Quem vive, sofre. E não há aquele que pode dizer que não sofre, pois os mortos não falam. Logo, indo ao extremo, a única forma é morrer para parar de sofrer. No entanto, por outro lado, há na vida primores que a morte não nos pode trazer (não imagina-se). Lá fora há sabores a serem experimentados, idéias a serem tidas, véus a serem rasgados. O prazer faz da vida o que ela é. Tanto ruim quanto ótima. De um lado o prazer e do outro aquilo cujo nome lhe era desconhecido. O homem não sabia o que fazer, ou o que não fazer.
Então ele lembra de uma razão, a maior delas. O homem lembrou de Deus. Mas Deus, com todas as promessas que o seguem, lhe diz o que fazer ou o que não fazer? O homem pensou. Viu que a vida é um teste, segundo Deus, e que nada que aqui o homem possuia ele ia levar. Então de que lhe adiantava os prazeres da vida se eles eram tão vães e momentãneos, se eles não iriam quando a morte lhe vier. Aliás, a morte é o alívio máximo mesmo, segundo Deus. Todos os prazeres máximos, mas que não são prazeres, estão do outro lado. Eis que o homem se mata.
Coitado do homem que não quer olhar para si mesmo. Ver que o mundo tem seus olhos, seus ouvidos, sua boca. E ainda vive!

(Jonnas P. Silva)

sábado, 10 de maio de 2008

Cap. 11 - Adeus!

Era um sonho. Era tudo um sonho. Um longo sonho.
Max acorda em meio a um tumulto calado, murmúrios e cochichos como "Ele!?", "Desafiou o Simon"...
Bom, demorou um pouco pra ele entender a situação. Mas em alguns minutos ele conseguiu inferir algumas coisas. Ele estava dormindo, estava na sala de aula, era aula de matemática, estava todo mundo olhando pra ele, o porquê ele ainda não sabia. Mas então ele ouviu:
- Então venha sr. Caminha!
- Hã? - Max tonto respondeu ao professor, que tinha no rosto uma malícia sobrenatural e expressava um prazer imenso, sádico.
- Você não disse que sabia responder à questão? Quando nem seu amigo estudioso conseguiu, ou mesmo eu?
Max deu uma olhada em Felipe, que estava coçando a cabeça e olhando concentrado pra questão no quadro.
- Bom, eu já sabia que o sr. não teria audácia sulficiente para fazer tal esforço. Olhem pessoal - apontou para Max - eis um exemplo a ser seguido por todos aqueles que querem virar vagabundos ordinários...
- CALA A BOCA!!! - todo mundo virou para Max para ver o quanto que este estava raivoso, e em pé - EU IREI FAZER ESTA DROGA DE QUESTÃO! NÃO PARA MOSTRAR AO SENHOR QUE EU SEI, MAS PARA MOSTRAR AO SENHOR QUE O SENHOR NÃO SABE! NÃO SABE DE NADA!!!
- Ah é, senhor Caminha? Pois então será feito da seguinte forma: se você responder a esta questão eu nunca mais pisarei nesta classe novamente.
Alguns gritos de espanto e euforia encheram a turma.
- No entanto... Se você errar, você nunca mais pisará neste colégio. Aceitas?
Max olhou para Felipe que, com os olhos, não expressava nada, somente a angústia e desespero, mas sem opinar.
- Eu aceito.
Max olhou para o quadro branco e indentificou a questão que para ele mais parecia um "japonês em braille" e na mesma hora soube que nunca saberia qual o valor daquele x e também pensou. Pensou em como aquela letra, o x, iria mudar completamente sua vida. Ele iria peder contato com muitos amigos, mas poderia expulsar o pior professor que aquela escola já viu, que ele já viu. Tentou raciocinar mas nada lhe vinha a cabeça. Então numa tentativa deseperada de vitória, ou suicídio, num ato de puro impulso ele só escreveu no quadro:

x = 760

A tensão na turma denotava a insegurança e nervosismo, derivados da incerteza da resposta de Max. Será esse o fim de Simon? Ou será o de Max?
Então Simon olhou para Max e em um movimento tênue (à luz das circunstâncias) virou as costas para Max. A seguir, num caminhado imponente, porém de pudor, dirigiu-se a sua mesa, apanhou suas coisas e foi lentamente a porta. No entanto, antes de sair Max o diz:
- Professor!
Simon vira-se humilhado e mexe a cabeça em sinal de resposta; Max olhou para ele satisfeito e disse:
- Adeus!

(Jonnas P. Silva)
Termina aqui o primeiro alguma coisa que a gente não sabe o nome.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Por que eu não creio em Deus?

Provavelmente 99% de todos os "cristãos" jamais fizeram essa pergunta a si mesmo. Aliás, provavelmente não, com certeza. As pessoas acreditam em Deus porque é bem mais cômodo pra elas, afinal, não será preciso responder a tantas perguntas.
Os ateus, todos eles, sabem que se uma pessoa perguntar a ele se ele acredita em Deus e ele disser "Não", logo virá aquela pergunta "Por que não?", e, sem dúvida, essa é uma pergunta difícil de responder. No entanto, se ele disser "Sim, é claro" é bem provável que o interlocutor pare por aí, por que é natural crêr em Deus. Desse modo, é visível como é mais fácil crêr a não crêr (obs.: não estou dizendo que crêr é igual a seguir doutrinas, isso é mais difícil).


Por que eu não creio?

●1º. Porque eu acho que a vida é muito pra ser insignificante. O paraíso, para os crentes, é a única coisa que importa, afinal, daqui você não leva nada. Então o que é a vida na Terra? Um teste. Só e somente só. Então nós devemos negar toda essa vida para poder conquistar a vida eterna? A vida que nos fez tão feliz às vezes, embora tão tristes outras? A vida que nos fez conhecer as pessoas que mais amamos? Será mesmo que nós temos que negar a tudo isso? Não. Eu disse não. E você também pode (xD). Aproveite cada segundo desta vida, ela é única. Não negue-a. Viva!

●2º. Porque ele é extramente egoísta (Deus). Como pode um ser criar uma raça de animais tão potente como a nossa somente para adorá-lo? Essa idéia é completamente absurda. Eu não posso me ver somente como um animal de estimação, cuja única função é entreter o dono, mesmo que o dono seja quem o alimente. Eu (e você) somos mais que isso.

●3º. Porque eu não preciso de um ser externo pra dar sentido a minha vida. As pessoas parece que não vêm que são elas que decidem o que vão fazer da vida. Elas é que dão sentido a vida delas, não os outros. Uma pessoa que acha que sem Deus a vida não tem sentido, provavelmente é porque ela não consegue dar significado a própria vida e precisa de algo para fazer isso por ela. As pessoas são preguiçosas.

Esses são três dos n motivos pelos quais os verdadeiros ateus não acreditam em Deus. Os outros virão mais adiante, agora eu quero saber:
Por que vocês (Luiz e leitores) acreditam em Deus?
Por favor, respondam sem o uso de suposições e se eventualmente alguém falar sobre necessidade, tente explicá-la.

(Jonnas P. Silva)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Cap.10 - Constrangimento

Max respondeu ao "bom dia" com um ar de que aquele dia seria um tédio. A cada palavra da irmã seus olhos se fechavam e as retinas não possuíam o mesmo brilho de outrora. No meio daquele monótono discurso, uma idéia permeou sua mente. Pegou o celular e enviou uma mensagem a Letícia, com os seguintes dizeres: me encontra agora! Em frente aos bebedores; beijos. Letícia olhou para fileira que o garoto estava, sem entender o porque daquela mensagem. Max levantou-se e pediu permissão para beber água. A menina fez o mesmo logo em seguida. Os dois encontraram-se no local determinado pelo rapaz. A garota dirigiu-se enfaticamente a Max e disse:

- O que foi Max? - Seus olhos brilhavam ao ver seu amado ali na sua frente.
- Quero um beijo agora! Tô com saudade dessa boca.
- Mas assim, do nada? E se alguém vir?

O apaixonado rapaz não respondeu a pergunta da sedenta garota. Os lábios inevitavelmente se encontraram no que viria a ser o melhor de todos o beijos que eles já tinha dado. Max logo sentiu o volume aumentar na calça azul do colégio. E Letícia sentia-se totalmente entregue aos úmidos lábios de Maximillian. Em movimentos circulares as línguas se encontravam em uma sinestesia maravilhosa por todo seu ser. Aquele momento era único. Mas de repente, Max sentiu um fria mão puxando por seu braço, pela regidez e volume não era a da amada. E uma voz seca e amarga gritando despoticamente os nomes dos dois.

- Maximillian Caminha e Letícia. O que isso significa!?

O silêncio era a melhor resposta naquele insípido momento. Porém ele tinha que dizer algo. O cavalheiro tem que proteger sua dama. No meio de engasgos e espalhafatos falou:

- Simon, isso não irá se repetir. Deixa agente voltar para a reunião e finge que nada aconteceu.
- Claro que vocês irão voltar. - Um sorriso sádico aparecia de leve no final dos guturais lábios do professor de matemática, que Max odiava.

Simon acompanhou os dois até a sala de multi-mails, entrou e subiu no palanque. Pediu o microfone da regente irmã. Começou bem alto o discurso desmoralizante:

- Alunos e alunas do colégio Sagrado Coração de Jesus, que pelas atitudes de dois alunos profanos não será mais tão sagrado assim. Acabei de presenciar o maior ato de luxuria e imoralidade. O senhor Maximillian e a senhorita, ou melhor essa “putinha”, meretriz: Letícia. Aos beijos mais cálidos em frente ao bebedouro. Max é um “burro”, desprovido de massa cefálica, apesar de já estar indo ao segundo ano, não sabe ao menos fazer uma função quadrada. É uma vergonha ao colégio ter um aluno assim. Não é mesmo Max, responda a todos se você sabe responder ao menos a uma simples equação!

- Seeeeeeeeeeeiiiiiii sim!!!

Nesse instante ele acordou.


(Luiz Felipe de Castro)

Jonnas agora é só fechar com chave de ouro, como agente combinou.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Surpreendente Reencontro

O sol irradia irrefutável, indômito, no seu lado oeste, o dia. A luz, ao amanhecer, é o triunfo que faz a cada novo dia-a-dia, um feliz e desafiador dia.
Almeida é um fiel escudeiro desses complexos raios. Todas as manhãs acorda pelos feixes transcendentes, cortando-lhe as retinas fatigadas. Antes de ir à Secretaria de Finanças da cidade para exercer seu ofício de segurança, pára na tradicional “Marapuã”, uma cordial lanchonete próxima a sua moradia.
Exímio cliente é sempre o primeiro a comprar a ficha de acesso ao seu legítimo e amargo cafezinho. Após aquela parada costumeira, segue os passos apressados da sua rotina.
Almeida não é das pessoas mais amáveis. No seu trabalho, é conhecido como “Brutus”, pela forma como trata seus companheiros. Usa constantemente da insolência, aspereza, com seu porte físico, alto, robusto, forte, para atingir seus objetivos. Há um bom tempo vem passando dificuldades, com o pouco que ganha, em função do elevado custo de vida nas capitais brasileiras. Com isso, vai a busca de solução em uma agência de empregos.
No local desejado, encontra-se uma gigantesca fila a qual fura cinicamente. Pelo seu tamanho e a cara de mal-humorado, ninguém se atreve a interrompê-lo.
Ao chegar sua vez, é indicado a uma entrevista no dia seguinte, cedo da manhã, para ser vigia de cemitério. O salário não é lá essas coisas, mas ajudaria bastante na sua renda.
Os indômitos raios de sol dessa vez não eram tão indomáveis assim. Deram lugar a um céu nublado, cinzento, de nuvens escuras. Elas pareciam estressadas, enfurecidas com algo.
Almeida, como o irrefreável dia, não estava tão feliz assim, a entrevista de logo mais o preocupava. Ao dirigir-se à rotineira Marapuã, algo inesperado aconteceu: uma vultosa fila para comprar a ficha de acesso ao cafezinho. Pela extensão, parecia não dar tempo de degustar seu pretinho insubstituível, mas mesmo assim, decidira ficar ali. Afinal, o que eram alguns minutos de atraso?
Já há um bom tempo naquela inóspita fila, um homem instiga a sua atenção, franzino, baixo, de semblante calmo e passivo, localizava-se à sua frente. Pelo arquétipo do rapaz, não poderia lhe causar incômodo. Assim sendo, passa à sua frente e profere as seguintes palavras:
- Fica calado, pô! Vou tomar meu café, tô atrasado.
- Mas senhor, tenho compromisso, diz o sujeito indignado.
- E eu com isso? Vou tomar o meu café e ponto. Se estiver a fim de engrossar, vai sentir o peso do meu punho.
Degustou o eminente café e seguiu ao cemitério. Chegando ao local, para sua surpresa, já havia vários candidatos à espera do administrador, o qual estava bem atrasado. A zeladora olhando na direção da porta principal do local avista seu chefe e fala:
- Senhor Horácio, esses rapazes estavam me deixando louca.
Almeida, ao olhar naquela direção, sentiu seus nervos trincarem. Uma angústia profunda no peito e o embaraço nos olhos úmidos e agora taciturnos, evidenciam seu espanto: o homem à porta era o modesto moço o qual ele tão covardemente tomou o lugar na fila.



(Luiz Felipe de Castro)

Aviso!

Pessoal estamos partindo agora para a produção de contos.Vamos terminar o romance, falta somente dois capítulos, o que irei escrever e o do Jonnas, aí investiremos nesse gênero tão promissor na literatura brasileira.Para começar fiquem com esse meu conto.

(Luiz Felipe de Castro)